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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

HISTÓRIAS FANTÁSTICAS de Adolfo Bioy Casares

 Livro 118











O escritor é argentino. O livro é apresentado numa edição esmerada da "Folha de São Paulo".

Já o título indica qual o enredo do livro. São 14 histórias nas quais se destacam, algumas mais que outras, experiências estranhas sempre com aquele timbre fantástico. 

Digamos que o livro é eminentemente "literário". Se algum leitor se propuser a encontrar nesses contos algo para pensar de modo mais profundo, no meu modo de ver, provavelmente, não se satisfará.

Mas, a obra cumpre o papel de histórias fantásticas.

Os contos reunidos na obra foram escritos em épocas diferentes e diversos deles se tornaram roteiro para o cinema argentino.

Dos que mais gostei ou surpreendeu, posso destacar:

A TRAMA CELESTE: neste conto embora escrito em 1944, trata de um mundo paralelo no qual o personagem Morris "transita" nessa experiência desconcertante dando-se incompreensões e dúvidas até dos seus companheiros de jornada. É a "teoria da pluralidade dos mundos".

HISTÓRIA PRODIGIOSA: nesta história de 1953 um escritor ateu Lancker rejeita toda a compreensão das divindades, das religiões, insistindo em "sacrilégios e profanações", por um ofensa banal parte para um duelo de espada com o próprio diabo. Embora Lancker fosse exímio espadachim, ele é ferido mortalmente pelo diabo.

A SERVA ALHEIA: este conto de 1955 é mais uma curiosidade, partindo do princípio no qual tribos africanas conseguem reduzir cabeças humanos ao tamanho de um punho. No caso, um ex-espião Rudolf fora reduzido a meio palmo, por pigmeus africanos (?). Ele é cuidado pela belíssima Flora. A mulher  começara um relacionamento com o poeta Urbina, mas Rudolf naquele seu tamanho de um rato, era cruel e com um cetro de duas pontas cega o poeta quando ele dorme.

OS MILAGRES NÃO SE RECUPERAM: escrito em 1967 este conto do que pude concluir, trata das coincidências, e numa delas, a personagem Carmen se dissera doente para não ir aos seus compromissos profissionais para estar livre e viajar com o amante a Mar del Plata.

Eis que num momento de relaxamento, surge a diretora da Instituição para a qual Crmen trabalhava.

A diretora, sem constrangimento, ergueu o dedo indicador por duas vezes, pedindo silêncio, discrição.

Adiante, o narrador faz uma viagem à Terra do Fogo. Quando volta é informado da morte de Carmen: "o incrível da morte é que as pessoas desapareçam."

Mais tarde cansado de uma viagem ao exterior, ainda em Dakar, ouve o som do aeroporto informando da partida de avião para a Cidade do Cabo.

E olhando os passageiros dessa viagem ele divisa a lindíssima Carmen que tentava se esconder dele. Então, ela ergue por duas vezes o dedo indicador pedindo ao narrador que ele guardasse segredo. O mesmo gesto da velha senhora naquele dia em Mar del Plata.


Então, essas histórias podem revelar aspectos interessantes nalgum trecho ou mesmo nas entrelinhas. 

A linguagem é rebuscada. O tradutor, seguramente, manteve o rigor do texto original castelhano. 

O livro contém 330 páginas.  

Eu precisaria ler a obra uma segunda vez. O problema são minhas prioridades.