Do Autor para mim não é desconhecido. Lera há muito uma obra dita infantil, “O menino do dedo verde”, a história de Tistu que com o toque de seu polegar convertia tudo em plantas e flores, sempre numa mensagem de paz, antiguerra.
Druon foi Ministro da Cultura francês no governo Pompidou,
O “Rei de ferro” é um romance histórico que tem como
enredo central o reinado do rei Felipe, o Belo no extermínio da Ordem dos
Templários.
Para explicar o que fora a Ordem dos Templários, um apêndice do próprio livro começa assim:
“A soberana ordem dos Cavaleiros do Templo de Jerusalém foi fundada em
1128 para garantir a guarda dos Lugares Santos da Palestina e proteger as
peregrinações.
Suas regras recebidas de São Bernardo eram severas. Impunham aos
cavaleiros castidade, pobreza, obediência. Não deviam “olhar demais para o
rosto das mulheres”, nem “beijar fêmea, nem viúva, nem donzela, nem mãe, nem
irmã, nem tia, nem qualquer outra mulher”. Devia na guerra, aceitar o combate
de um contra três, e não podiam se resgatar mediante pagamento. Não lhes era
permitido caçar a não ser o leão”.
A Ordem, porém, com o
passar dos séculos, tornou-se poderosa, rica, fazia empréstimos e passara a
gozar, por essas novas atribuições de forte influência política.
Lá pelo ano de 1314,
o rei da França, “Felipe, o Belo” – diziam dotado de beleza incomum –
pretendera ingressar na Ordem Templária e se tornar o grão-mestre.
A recusa fora
inevitável e sem apelação porque havia princípios próprios a serem observados:
“Eu não podia agir de outra forma”, refletira de Molay se questionando se não
fora ciumento demais em relação sua autoridade se o rei Felipe ingressasse na
Ordem, “nossa regra era formal: não podíamos ter príncipes soberanos em nossa
comendadoria”.
Para o rei aquela
recusa fora um insulto.
Começara ali a
destruição dos Templários.
Tiago (Jacques) de
Molay, o grão-mestre a Ordem fora preso e torturado de modo implacável num
processo que durou sete anos. As torturas foram tantas, impondo sofrimento
sobre-humano que confessara tudo de que fora acusado:
“Sim, os templários davam-se à sodomia, entre eles; sim, adoravam
ídolos um ídolo com cabeça de gato; sim, entregavam-se à magia, à feitiçaria,
ao culto do Diabo; sim, desviavam os fundos que lhes eram confiados; sim,
tinham fomentado uma conspiração contra o papa e o rei...”
E o que mais tivesse.
Tiago de Molay e
outros templários foram condenados à fogueira por Felipe, o Belo. E o papa
Clemente V fora instado a concordar com a pena.
O grito profético de
Tiago de Molay, antes que o fogo o consumisse gritou:
“- Papa Clemente... Cavaleiro Guilherme de Nogaret... Rei Felipe: antes
de um ano eu vos intimo a comparecer diante do tribunal de Deus, para ali
receberdes o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos, até a décima
terceira geração de vossas raças!”
Essa profecia se
realizou em menos de um ano: em abril de 1314 faleceu o papa Clemente V,
seguiu-se a morte por envenenamento de Guilherme de Nogaret, secretário geral
do reino – relatado com detalhes no livro de Druon - e em novembro daquele ano
o rei Felipe, o Belo, ele de possível apoplexia cerebral (hoje mais conhecida
por AVC).
O livro tem episódios
de corrupção, romance, adultério das noras de Felipe, o Belo, duramente
castigadas e os amantes mortos após torturas cruéis.
É um livro a ser
descoberto ou redescoberto.
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