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domingo, 5 de novembro de 2017

O REI DE FERRO de Maurice Druon

Livro 28

Do Autor para mim não é desconhecido. Lera há muito uma obra dita infantil, “O menino do dedo verde”, a história de Tistu que com o toque de seu polegar convertia tudo em plantas e flores, sempre numa mensagem de paz, antiguerra. 

Druon foi Ministro da Cultura francês no governo Pompidou,

O “Rei de ferro” é um romance histórico que tem como enredo central o reinado do rei Felipe, o Belo no extermínio da Ordem dos Templários.
















Para explicar o que fora a Ordem dos Templários, um apêndice do próprio livro começa assim:

A soberana ordem dos Cavaleiros do Templo de Jerusalém foi fundada em 1128 para garantir a guarda dos Lugares Santos da Palestina e proteger as peregrinações.

Suas regras recebidas de São Bernardo eram severas. Impunham aos cavaleiros castidade, pobreza, obediência. Não deviam “olhar demais para o rosto das mulheres”, nem “beijar fêmea, nem viúva, nem donzela, nem mãe, nem irmã, nem tia, nem qualquer outra mulher”. Devia na guerra, aceitar o combate de um contra três, e não podiam se resgatar mediante pagamento. Não lhes era permitido caçar a não ser o leão”.

A Ordem, porém, com o passar dos séculos, tornou-se poderosa, rica, fazia empréstimos e passara a gozar, por essas novas atribuições de forte influência política.

Lá pelo ano de 1314, o rei da França, “Felipe, o Belo” – diziam dotado de beleza incomum – pretendera ingressar na Ordem Templária e se tornar o grão-mestre.

A recusa fora inevitável e sem apelação porque havia princípios próprios a serem observados: “Eu não podia agir de outra forma”, refletira de Molay se questionando se não fora ciumento demais em relação sua autoridade se o rei Felipe ingressasse na Ordem, “nossa regra era formal: não podíamos ter príncipes soberanos em nossa comendadoria”.

Para o rei aquela recusa fora um insulto.

Começara ali a destruição dos Templários.
Tiago (Jacques) de Molay, o grão-mestre a Ordem fora preso e torturado de modo implacável num processo que durou sete anos. As torturas foram tantas, impondo sofrimento sobre-humano que confessara tudo de que fora acusado:

“Sim, os templários davam-se à sodomia, entre eles; sim, adoravam ídolos um ídolo com cabeça de gato; sim, entregavam-se à magia, à feitiçaria, ao culto do Diabo; sim, desviavam os fundos que lhes eram confiados; sim, tinham fomentado uma conspiração contra o papa e o rei...”

E o que mais tivesse.

Tiago de Molay e outros templários foram condenados à fogueira por Felipe, o Belo. E o papa Clemente V fora instado a concordar com a pena.

O grito profético de Tiago de Molay, antes que o fogo o consumisse gritou:

“- Papa Clemente... Cavaleiro Guilherme de Nogaret... Rei Felipe: antes de um ano eu vos intimo a comparecer diante do tribunal de Deus, para ali receberdes o justo castigo. Malditos! Malditos! Todos malditos, até a décima terceira geração de vossas raças!”

Essa profecia se realizou em menos de um ano: em abril de 1314 faleceu o papa Clemente V, seguiu-se a morte por envenenamento de Guilherme de Nogaret, secretário geral do reino – relatado com detalhes no livro de Druon - e em novembro daquele ano o rei Felipe, o Belo, ele de possível apoplexia cerebral (hoje mais conhecida por AVC).

O livro tem episódios de corrupção, romance, adultério das noras de Felipe, o Belo, duramente castigadas e os amantes mortos após torturas cruéis.

É um livro a ser descoberto ou redescoberto.


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