Querem se debruçar sobre um livro “cabeça”?
Pois
então experimentem ler “Os Templários”.
Trata-se
de obra densa demais que exigirá do estudioso da história dos
templários mais do que uma única leitura do livro, porque muitos
dos personagens do primeiro milênio e dos primeiros séculos do
segundo milênio foram tratados na intimidade.
Nas
342 páginas do livro em letras miúdas se saberá quantas vidas
foram perdidas em
guerras sangrentas
de conquistas entre monarcas que
cobiçavam cidades e regiões pertencentes aos adversários. Essas
distâncias imensas eram
vencidas a cavalo e as batalhas a poder de flechas e espadas.
Então,
para que seja absorvido parte ou o essencial de seu conteúdo, é
necessária mais de uma leitura do livro.
Esta é uma mui limitada resenha
Esta é uma mui limitada resenha
É
nesse período que surgiram as cruzadas e depois os templários.
Outra
Ordem bastante destacado pelo Autor, foram os hospitaleiros, da
comunidade “Hospital”.
O
livro recua aos episódios em torno do nascimento do cristianismo
estudo que não desmente como por vezes se dá nalguns meios de que
Jesus Cristo seria nada mais que uma lenda.
Na
sua origem os cristãos eram por demais massacrados pelos romanos até
que houve aquela visão do imperador Constantino para que pintasse
símbolo do cristianismo nos escudos para vencer uma batalha
importante.
Assim
se deu.
Vencedor,
então Constantino passou a acreditar que chegara ao poder por obra
do Deus dos cristãos, até que lá pelos anos de 333 ele
praticamente abraçou a religião cristã.
Sua
mãe, Helena, convertida ao cristianismo, viajou para a Palestina.
Nas escavações para construção de igrejas em locais marcantes da
vida de Jesus foi desenterrada uma peça de madeira, que seria parte
da cruz considerada autêntica porque continha a inscrição “Jesus
de Nazareno, Rei dos Judeus”.
Em
620 Maomé tivera uma visão pela qual cavalgava com o anjo Gabriel,
“até o monte de Templo, em Jerusalém, para encontrar com Abrão.”
E
Maomé rejeitava a crença de que Jesus fosse filho de Deus mas o
considerava apenas um profeta.
E
com Maomé profeta surgiu o islamismo que dominou Jerusalém.
Esses
religiosos maometanos e outros grupos eram um entrave para a
peregrinação cristã na Terra Santa, considerado como “o
clímax espiritual de um homem”, visitando aqueles locais onde
vivera, fizera milagres e fora crucificado Jesus.
O Autor registra personagens histórias diferenciadas entre os muçulmanos e cristãos: entre os muçulmanos, Saladino que dominou o Egito lá pelos anos 1150.
Considerado benevolente, moderado, generoso, um comandante competente.
Seria sua generosidade uma forma de prudência? Sim, porque "quando parecia oportuno ser cruel, era cruel: ordenou a crucificação de oponente no Cairo, e de vez em quando mandava mutilar ou executar seus prisioneiros."
Mas, em todo o trajeto de sua influência, demonstrara urbanidade para com os príncipes e reis cristãos.
Num tratado militar escrito por seu filho, ou por ele próprio diria que " a afabilidade para com os não-combatentes pode ser usada como uma demonstração de força, o que pode ajudar a intimidar o inimigo."
Para proteger os cristãos, foram organizadas a partir de 1095 as cruzadas por proposta do papa Urbano II composta por homens arregimentados em diversas regiões que ao aderirem teriam “recompensa espiritual”.
O papa Inocêncio III, entusiasta das cruzadas, para organizar a de 1199, concedeu indulgência total, o perdão a todos os pecados confessados para aqueles que aderissem...
A
primeira cruzada, vencedora, se excedera massacrando judeus, mulheres
e crianças praticando atrocidades.
As
demais se revelaram ou num fracasso humilhante ou não atingiram os
objetivos que eram reconquistar a Terra Santa dominada pelos
muçulmanos.
Em
1189 assumiu o trono inglês Ricardo, chamado "coração de
leão" pelo seu destemor em relação às batalhas que
participou "pessoalmente" arriscando sua vida tanto que
numa contra um de seus vassalos, foi atingido por uma flecha mortal.
Veio a falecer em 1199 com 42 anos de idade.
Num dos confrontos com Saladino em 1191, aquele fora derrotado e para libertar os habitantes muçulmanos de Acre - a 162 quilômetros de Jerusalém - Ricardo Coração de Leão exigira elevado preço.
Saladino pedira ajuda dos templários para garantia de um acordo provisório. Mas, os templários não confiavam tanto em Ricardo.
Diante da "procrastinação" de Saladino, Ricardo "supervisionou pessoalmente a execução dos prisioneiros muçulmanos: 2.700, entre eles mulheres e crianças, foram chacinados por seus soldados ingleses."
Como se constata, em nome do Jesus Cristo, que pregava o amor, a paz e a benevolência, a violência e as mortes de inocentes sempre ocorriam de lado a lado.
São
Francisco esteve em visita aos cruzados sendo autorizado pelo sultão
al-Kamil a se aproximar de suas linhas e pregar sua fé como forma de
reconciliação. Embora houvesse gentilezas mútuas, cada grupo
permaneceu com sua fé e, por ela, muitas batalhas e, como visto,
muitas mortes.
Já
anos antes desses tempos, desde 1119, para proteger os peregrinos foi
instituída a Ordem dos Pobres Soldados de Jesus Cristo, depois
denominada, os Templários e o Templo.
Tinha
o Templo o sentido de uma ordem religiosa na qual seus membros
praticariam a pobreza, a castidade e a obediência.
Mas,
eram combatentes. Muitos templários morreram em combate nas
batalhas das cruzadas para recuperar Jerusalém aos muçulmanos.
No
tocante à castidade uma virtude compatível com os ensinamentos de
Cristo – que não negara o casamento, mas observara que “outros
se fizeram eunucos por causa do reino dos céus”.
Então
nessa decisão da garantia da castidade, a presença só ou a
companhia de mulheres – seja viúva, moça, mãe, tia e outra
qualquer -, “é muito perigosa, pois por causa dela o velho diabo
tem desviado (os homens) do reto caminho do Paraíso”.
Pode
estar aí a crença na Virgem Maria que trouxera ao mundo Jesus, sem
que tenha havido o encontro e as tentações do sexo na sua
concepção.
Pior
é que, para evitar tentações de outras formas de pecado sexual
(!), os templários tinham que dormir “vestidos com camisa e
calções e sapatos e cintos”, num ambiente iluminado até de
manhã.
Embora
devotados à pobreza, o Templo (templários) recebeu valores e
doações que o fez enriquecer começando aí indagações ou
críticas ao seu poderio econômico.
Uma causa da inveja. O templários emprestavam dinheiro e valores a 10% de juros tornando-se "banqueiros da cristandade".
Antes,
lá pelos idos do ano de 1113, foi fundada a Ordem dos Cavaleiros do
Hospital, devotada aos cuidados aos peregrinos pobres e doentes.
O
rei Felipe IV ascendera ao trono francês em 1285 sendo qualificado
como piedoso, praticante de penitências descrito como um homem muito
bonito, daí o título de Felipe, o Belo.
Em
1305, foi aclamado papa, aquele que se designaria como Clemente V,
que se revelara submisso a Felipe IV.
Com
Felipe IV e o papa Clemente V houve de ambos a defesa de unificação
das duas Ordens, pela semelhança de atuação entre Templários e
Hospital proposta rejeitada por Jacques de Molay o Grão-Mestre dos
Templários porque sobretudo acabaria a "concorrência"
entre ambas.
Então,
a cobiça à riqueza dos templários e inconformismos ao seu poderia,
pelo modo como administravam os valores, cobrando juros aos
empréstimos resultou na sua queda violenta.
Jacques
de Molay confiando que seus argumentos pela não unificação das
duas Ordens foram aceitos pela papa continuou suas gestões.
Mas
seria traído.
Secretamente,
Felipe IV determinara a detenção de todos os membros templários
por crimes “horríveis de contemplar”, especialmente a prática
da sodomia. E também a rejeição de Jesus Cristo, por adoração do
diabo na figura de Baphomet,
E
esses crimes foram confessados pelos templários
submetidos a torturas “excruciantes”.
Quando
se retratavam da "confissão" demonstrando as marcas
físicas das torturas por que passaram eram condenados.
Jacques
de Molay e Geoffroy de Charney foram condenados à fogueira.
Houve
templários que escaparam do martírio.
Muitos
se refugiaram em Portugal de Dom Dinis - rei avançado no seu tempo -
que instituiu a Ordem de Cristo.
Historiadores
concluíram que os templários eram inocentes, foram traídos pelo
papa Clemente V, perseguidos implacavelmente pelo rei Felipe IV com
falsidades para obter o que pudessem do patrimônio da Ordem.
O
Hospital recebeu parte dos recursos expropriados dos Templários
acentuando o Autor que os hospitaleiros, se mantiveram até hoje.
E
quem sucedeu aos templários? Seriam os maçons com suas solenidades,
seus ritos e suas tradições?