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segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O RETRATO DE DORIAN GRAY de Oscar Wilde

LIVRO Nº 66




















"O retrato de Dorian Grey" foi escrito em 1890/1891.

O nome completo do seu Autor, irlandês, que viveu de 1854 a 1900: Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde.

Considerado um poeta e escritor genial, mesmo com poucos recursos, frequentou a alta sociedade inglesa. Viajou para os Estados Unidos, para a França num período de sucesso de suas obras, embora algumas sem êxito.

Preso por homossexualidade em 25 de janeiro maio de 1895 pelas suas relações com um "belo jovem", Alfred Douglas (Bosie), este homossexual assumido, provocando ataques de seu pai a Wilde que por causa disso o processou por difamação. O processo não fora desfavorável ao escritor resultando em sua prisão por sodomia. 

Seus livros foram retirados da prateleiras, suas peças do mesmo modo e ele caiu no ostracismo. 

Ao sair da prisão em 19 de maio de 1897 foi morar na França, continuou escrevendo, voltou por um tempo a se relacionar com Bosie até que, em 1900 dores de cabeça se tornaram insuportáveis. 

Operado do ouvido, uma melhora momentânea  até que em  30 de novembro, entrou em coma e faleceu, "mas seu último desejo havia sido atendido: ser recebido na Igreja Católica Romana".



“O Retrato de Dorian Gray” teria por inspiração a lenda do alemão Johann George Faust (data imprecisa do nascimento e morte 1480/1540) médico, mago e alquimista que se desiludira com os conhecimentos de sua época. Fizera, então, um pacto com diabo para se superar no conhecimento e não envelhecer.

Eu nada li sobre "Fausto", essas são informações de fácil manejo na internet, mas um dia pretendo desvendar lendo alguma obra sobre ele.

O conhecimento era realmente difícil naqueles idos. Basta conhecer um pouco a história de Leonardo da Vinci, na Itália, contemporâneo de Faust (Fausto), alemão, para que se constate como buscou ele (Leonardo) o conhecimento quebrando paradigmas no seu tempo com suas experiências e pesquisas além de quadros que pertencem à humanidade como é, entre outros, Mona Lisa. E sem pacto com o demo...




Dorian Gray era um jovem de beleza "sublime", "incomum", "apaixonante", esses podem ser os qualificativos dados por Wilde ao seu personagem.

E por essa beleza, servia ele de modelo, posando para o pintor Basílio Hallaward que se apaixonara por Gray e sua beleza.

O quadro pintado fora a obra prima de Basílio.

Esse quadro perfeito fora dado a Dorian Gray.

Mas, com a presença de Lord Henry Wotton [seria o alter-ego do Autor?], amigo de Basílio, num dado momento começou uma discussão sobre a velhice período em que todas as belezas físicas desvanecem.

Uma frase de Henry, bem a propósito: 

- Para se voltar à juventude, basta repetir as suas loucuras." 

Esse perspectiva da idade que avança e suas consequências físicas, passou a preocupar o jovem Dorian Gray que invoca o desejo de permanecer sempre jovem.

Todos pertencentes à elite londrina, levam uma vida de faustosa, entre jantares, reuniões e teatros. E Grey com períodos colecionando futilidades.

Mas, algum tempo depois, sempre ouvindo as considerações de Lord Henry, Gray sai em busca de "aventuras" e se dirige à periferia de Londres.

Para na frente dum pequeno teatro onde a peça interpretada era "Romeu e Julieta".

Resolveu entrar e assistir pelo menos o primeiro ato.

E então se depara com a Julieta, a "criatura mais adorável que eu jamais tinha visto em minha vida".

Era a jovem Sybil Vane, menina de dezessete anos. 

Ele se apaixona por ela que também por ele se apaixona e Grey fala até em casamento.

O irmão de Sybil, James Vane se preocupa com a paixão da irmã e promete sérias intervenções se fosse ela magoada pelo seu "príncipe encantador".

Mas, a paixão que se assenhoreou de Sybil a fez interpretar muito mal a mesma peça num outro dia, tendo na plateia Basílio e Henry convidados de Grey. Ela fora apupada pela plateia. Sua decepção foi tão grande que resolve interromper seu romance com ela.

Sybil desesperada, perdida na paixão, estirada no chão, lhe pede perdão.

Mas, ele se afasta. Ao chegar em casa, se depara com o seu quadro e constata que a expressão de seu rosto estava diferente. "Parecia haver um laivo de crueldade em sua boca. Era realmente estranho."

Que relação poderia haver entre a pintura e sua alma? Como se dera aquela mudança no quadro.

Pensou em voltar para Sybil, pedir-lhe perdão. Acordara muito tarde. Não houvera tempo. 

Pelo desgosto a jovem se suicidara. Dorian Grey se desespera mas a tragédia estava consumada.

Seguindo com a sua culpa as transformações no retrato assumira contornos animalescos. Então, ele esconde o quadro.

Passou-se o tempo e Dorian Gray passa a ser evitado por muitos membro da elite londrina, com fama de levar vida devassa, não detalhando a obra quais seriam os seus atos para tanto, apenas insinuações, mas ele frequentava lugares sórdidos buscando doses de ópio.

Um dia Basílio Hallaward o visita de surpresa expondo ao seu antigo modelo tudo o que de ruim dele se falava. Pede para ver o quadro. Ao contrário do que prometera, agora pretendia expô-lo num exposição em Paris. 
À negativa terminante de Grey, ele explica, por fim, que não poderia realmente expô-lo publicamente porque notara algo estranho na pintura que fizera e concluiu:

- Como disse Harry certa vez, você foi feito para ser adorado.

A personalidade de Dorian Grey afetava a personalidade do pintor. Basílio demonstra ciúmes em relação a Henry...

Tempos depois, bem tarde da noite, Basílio, na rua encontra Grey. Informa que passaria uns seis meses em Paris.

Rumam para a casa de Grey. Basílio volta a questionar Grey sobre relatos perversos que circulavam sobre ele.

Pede para ver o quadro. Grey finalmente permite que o pintor veja sua obra constatando então que se apresentava não aquele retrato de rosto perfeito, mas uma figura demoníaca.

Disse Grey que era o retrato de sua alma.

Basílio fala em fazerem oração em busca do perdão.

E, então, voltado-se Dorian Grey para o quadro num acesso de ódio esfaqueia o pintor mortalmente.

O pintor não fora visto entrando na casa de Grey e ficaria por cerca de 6 meses em Paris. Até ser descoberto o seu desaparecimento e o porquê, ninguém desconfiaria de Grey. 

Num episódio meio inexplicado, Grey chama e Alan Campbell, seu amigo de outrora que então o repudiava, químico experiente é chantageando, não sendo esclarecida qual a chantagem, obrigando-o a diluir o corpo do pintor com produtos químicos naquele sótão local no mínimo inapropriado. 

Depois de cinco horas, o corpo havia desaparecido. Naquele aposento, o cheiro insuportável de ácido nítrico.

Tempos depois, Campbell se suicidaria mas nada com esse trabalho sórdido que fora obrigado a praticar para salvar Dorian Grey da forca.

James Vane, por duas vezes tentou se vingar da morte da irmã Sybil. Da primeira vez escapara porque da morte da jovem haviam se passado 18 anos e ele Grey era ainda "muito jovem" para ser o culpado. James foi informado do erro que cometera pela aparência de Grey. 

Tempos depois, numa caçada, um companheiro de Grey atira em direção a um moita tentando atingir um coelho, mas acerta um homem escondido, exatamente James Vane que o espreitava ante de o atacar.

Dorian Grey exultou com a morte de James, porque dele se livrara sem culpa. 

O final da história, um "grito horrendo" após golpear com a mesma faca o retrato foi Grey encontrado estendido no chão, com a faca enterrada no seu coração. Era velho e cheio de rugas e "seu rosto causava repugnância".

E o quadro o apresentava com aquela beleza deslumbrante de sua juventude.


MORAL DA HISTÓRIA

Aquele "instante maldito" que o levara  "a implorar que o retrato suportasse o peso de seus dias" conservando imaculada a "eterna juventude" tem muito a ver com os recursos cosméticos e cirúrgicos, de preservar a juventude nos dias de hoje.

O tempo é inexorável. Com toda essa maquiagem passageira ou cirúrgica, não nos afasta de, num espelho, de corpo inteiro, olho no olho descobrirmos um pouco de nossa alma e o que ela realmente carrega de nossas culpas.

Basta experimentar.
 


























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