Livro 108
De qualquer modo, esse romance, ficção, é um livro divertido, irônico e, sobretudo, enaltecendo o elefante pelo melhor das qualidades humanas que demonstra.
Eis que dona Catarina da Áustria, esposa do rei D. João III de Portugal ressabiada com o presente indigno que dera ao "primo Maximiliano" — arquiduque da Áustria — quando de seu casamento com Maria, filha de Carlos V, havia quatro anos, sugere ao marido o presentear com o elefante Salomão que viera da Índia havia dois anos e praticamente não se movimentava, comia bebia e dormia. Não havia atividades para o animal em Lisboa.
O arquiduque naqueles dias estava em Valladolid, na Espanha. A distância a ser percorrida, em terrenos acidentados naqueles anos de 1551/1552 a partir de Lisboa, seria de cerca de 600 quilômetros. De Valladolid a Viena destino final de Salomão seriam cerca de 2.200 quilômetros a serem vencidos nas piores condições.
O cavaleiro enviado a Valladolid retorna confirmando que Maximiliano aceitara o presente.
A obra revela que pombos-correios também eram utilizados para envio de mensagens.
Dá-se início, então, aos preparativos da viagem do elefante.
O cornaca (cuidador) de Salomão era Subhro, desde que viera o animal da Índia, apresentando-se "coberto de andrajos" pelo que ordenou o rei que lhe fossem concedidas vestimentas apropriadas para a longa viagem Ele também era indu e conduzia Salomão assentado sobre seu dorso.
Organiza-se um pelotão da cavalaria que "responderia pela segurança da viagem" , um gigantesco carregamento de fardos — alimento de Salomão — dorna de água e homens para cuidar dos bois e dos carros e todos os equipamentos.
E as dificuldades iam aparecendo, até que numa aldeia, os aldeões, acordaram o reverendo dizendo que deus era um elefante. Então, o religioso alegando que benzeria Salomão e, em o fazendo, passou a proferir frases aplicadas em exorcismo e nesse ritual, atirava água que não era benta. Aproximando-se do animal, recebeu um coice que o fez que manquejar e disse "que foi castigo do céu."
Mas, o elefante terá gestos de amizade, quando dispensados os homens de apoio com a chegada da dos couraceiros austríacos: "pela primeira vez na história da humanidade, um animal despediu-se, em sentido próprio, de alguns seres humanos como se lhes devesse amizade e respeito..."
Já sob o comando arquiduque Maximiliano, determinou ele que Subhro passasse a se chamar Fritz e Salomão, solimão.
A viagem tem início de Valladolid até Viena com muitos percalços naqueles caminhos mal apurados, a chuva intensa, a neve inclemente, a perigosa travessia dos Alpes, o perigo de deslizamento. mas todos esses obstáculos iam sendo vencidos. Maximiliano e esposa seguiam num coche mas sujeitando-se às mesmas dificuldades.
Uma parada em Pádua, o padre pediu ao cornaca que ajoelhasse o elefante na frente da basílica de Santo Antônio como se parecesse ou fosse um milagre, uma forma de combater o luteranismo que confundia os fiéis. Tal se deu mas por pressão do arquiduque, Fritz confessou que treinara o animal e ficou muito mal com Maximiliano por vender os pelos do elefante como milagrosos.
Já na chegada a Viena, um menininha escapa das mãos da mãe e se aproxima perigosamente do elefante. Desespero da morte iminente da menina mas, "era não conhecer Salomão". O elefante enlaçou a menina com a tromba e "levantou-a ao ar como uma nova bandeira de uma vida salva no último instante..."
Os país correram até Salomão receberam nos braços a filha, para emoção geral e aplausos.
Qual foi o destino de Salomão - solimão nas páginas finais do livro? Na edição em meu poder é esclarecido nas páginas finais da obra, 255/256...
FRASES
— Vem aí a inquisição, meu senhor, acabaram-se os salvo-condutos de confissão e absolvição. — A inquisição manterá a unidade entre os cristãos, esse é seu objetivo;
— Se toda gente fizesse o que pode, o mundo estaria com certeza melhor.
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