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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

O PRÍNCIPE de Nicolau Maquiavel

LI VRO 113

Pondo-se a ler Maquiavel, constata-se que seu maquiavelismo eclode do texto mas ele não deixa de acentuar sempre que possível, algumas boas práticas visando a harmonia do poder embora, de regra, acentue que o príncipe deve ser mais temido do que amado.

O Autor, nasceu em 1469 em Florença, "O Príncipe" foi escrito em 1513. 

Ele explica as distinções dos modos de poder que predominavam, as monarquias — até mesmo aquelas que decorram do poder usurpado —  mas no tocante ao mandatário, fosse qual fosse, era chamado de "o príncipe".

E é quanto a este ou estes, os príncipes,  faz ele observações de garantia do poder, o modo de agir em relação aos súditos e ao seu exército — acentuando uma má prática a defesa por legião de mercenários que podem se voltar contra o príncipe na vitória.

Esses mercenários, são "soldados desunidos, ambiciosos, sem disciplina é infiéis, ousados entre os amigos, covardes perante os inimigos; não temem a Deus nem são leais aos homens."

Maquiavel em princípio não defende a violência extrema e nem propõe manobras que visem prejudicar seus súditos, embora coloque sempre meios para que o príncipe se mantenha no poder incluindo o uso da violência...

Se o Estado for conquistado pela força, "não bastará aniquilar a família do príncipe, pois permanecerão os nobres, prontos a liderar novas revoluções". E, então, "incapaz de contentá-los ou de exterminá-los, na primeira oportunidade o conquistador perderá o domínio sobre o Estado."

Maquiavel apresenta exemplos de príncipes que assassinaram nobres e senadores para garantia de seu poder.

Se o Estado for organizado por colônias, é necessário tomar casas e terras de antigos moradores que servirão para alojar os novos habitantes. E então, nessas medidas, "os que forem escorraçados, pobres e dispersos nunca poderão fazer mal ao príncipe."

E, quanto aos povos, é fácil persuadi-los  porque sua natureza é "labial". E se não mantiverem sua opinião, "por isso convém ordenar tudo de modo que, quando não mais acreditarem, se lhes possa fazer crer pela força."

"O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal". E o poder, claro.

Ao conquistador, tomado o poder, deverá ele fazer todas as crueldades desde logo, de tal maneira  a não renová-las. Feito isso seduzirá o povo que estará tranquilo, recebendo as benesses do príncipe que chegou ao poder. Se o conquistador assim não agir, estará sempre com as "armas em punho" para garantia de sua conquista.

“Quem quiser praticar sempre a bondade em tudo o que faz será fadado a sofrer, entre tantos que não são bons. É necessário, portanto, que o príncipe que deseja manter-se aprenda a agir sem bondade, faculdade que usará ou não, em cada caso, conforme seja necessário.” 


E se o príncipe não ganhar o amor dos súditos, então que evite o seu ódio. O príncipe deve ser temido.


O príncipe deve evitar a expropriação de bens, porque é mais fácil o povo esquecer a morte do pai do que dos bens expropriados.


E, sempre que houver oportunidade, incentivar o comércio afastando do comerciante o medo dos tributos e manter o povo entretido com festas e espetáculos, "nas épocas convenientes".


Frase: "De fato, o povo tem objetivos mais honestos do que a nobreza; esta quer oprimir, enquanto o povo deseja apenas evitar a opressão."


Sobretudo, o povo ama a tranquilidade imposta pelo príncipe, embora os soldados no seu espírito belicoso, esperam dele que seja cruel e opressor, significando que eles, os soldados, com esse modo de agir possam dobrar seus salários.

O príncipe, nunca deve abandonar os exercícios bélicos mesmo na paz, sustentndo a  ação e o estudo. Um exercício é a caça porque expõe os soldados às agruras da região.

Os fins justificam os meios:

Porque "na conduta dos homens, especialmente dos príncipes, contra a qual não há recursos, os fins justificam os meios". Para a conquista ou a manutenção do poder, todos os meios empregados são honrosos.

E as guerras não podem ser evitadas e, adiadas, porque beneficiam os inimigos:

"... a guerra é justa para aqueles a quem é necessária; e as armas são sagradas quando nelas reside a última esperança." E quanto a Deus, ele não fará tudo para não retirar o livre arbítrio e a glória que advém da luta.

Encerrando:

O pequeno volume não explana só isso. Há muito mais maquiavelismos. O que fiz, nesta pequena resenha foi destacar entre tantos, alguns pontos nos quais Maquiavel é "maquiavélico"...

Tudo para garantia do poder ao príncipe.

Fim: Maquiavel faleceu em 1527, aos 58 anos, pobre e esquecido.




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