LIVRO 141
O Autor escreveu "A Escrava Isaura" que inspirou novela na Rede Globo em 1976 e que andou encantando o planeta.
O modo de escrever do autor, revelou uma forma de explanação sem muitos volteios, mas enfatizando romantismo entre o herói e a doce virgem que floresceu em plena "nação" Xavante.
Diz o autor nas explicações que fez sobre esse seu romance — e isso em 1858 — que os usos e costumes indígenas no Brasil estão envoltos em trevas, na história é quase nenhuma, de suas crenças apenas noções isoladas, incompletas e sem nexo.
A obra tem forte atuação indígena no enredo até chegar ao ermitão do Muquém que teria dado origem à romaria de Nossa Senhora da Abadia também chamada de "Festa do Muquém", comemorada há mais de 275 anos. Muquém é um distrito de Niquelândia em Goiás.
O autor dá ao seu tempo diversas romarias em vários estados: de São Paulo ele se refere à nobre e altiva Paulicéia cuja romaria se dá à beira do Tietê, com oferendas à Nossa Senhora da Penha.
Mas é de São Tomé das Letras, sem menção aos objetos não identificados que muitos dizem que por lá aparecem, que o autor dá esta versão:
"Nas altas e escabrosas cumiadas de uma grande cordilheira campeia o arraial de São Tomé das Letras, com suas alvas casinhas semelhando um bando de alvas pombas pousadas sobre o teto do antigo templo derrocado e denegrido pelo tempo. É crença do povo que o apóstolo São Tomé viajou e pregou na América e há alguns sinais parecidos com letras que se notam numa pedra e que se acredita terem sido ali gravadas pelo apóstolo, deve a povoação ao seu nome".
A LENDA
A origem da história se deu na cidade de Goiás, antiga Vila Boa.
Gonçalo era um jovem abastado, valentão, exímio nas armas de seu tempo.
Num batuque na casa do Matias, lá estava Maria - a Maroca - menina linda, aos cuidados do amante Reinaldo, um ciumento doentio.
Eis que Gonçalo se encanta com Maroca e a leva embora. Reinaldo ao perceber sai no encalço de ambos
Há um briga homicida entre ambos e Reinaldo é morto. Maroca vendo aquilo perde a fala para sempre.
Gonçalo foge de barco pelo Rio Tocantins e se esconde na tribo dos Coroados.
Lá não fica muito tempo porque pelo seu jeito começa por criar atritos na tribo.
Foge de novo, de barco. É avistado pelos Xavantes que gritam: emboaba, emboaba.
E é atacado. Mas, exímio guerreiro, mata diversos xavantes, até ser acertado por um tacape.
Gravemente ferido, é poupado por aquele que seria seu rival trágico, Inimá.
Levado para a taba do cacique Oriçanga passa a ser cuidado pela linda Guaraciaba, a virgem prometida ao futuro cacique Inimá.
A virgem se apaixona pelo emboaba Gonçalo, agora chamado Itajiba, cuida de seus ferimentos ajudada pelo pajé Andiara que percebe o amor que nascia.
Itagiba quando recuperado seria sacrificado na festa de casamento.
Mas, para evitar esse sacrifício, Andiara sugere ao cacique, pai da virgem que Itajiba e Inimá saiam em luta contra inimigos dos Xavantes. Aquele que melhor se saísse ou sobrevivesse ficaria com linda Guaraciaba, embora ela preferisse Itajiba por quem se apaixonara.
Itajiba ataca os brancos das bandeiras perto de Vila Boa e sai vencedor. Inimá, ataca os Caiapós. Inimá apenas sobrevive.
É preparada uma farsa a Itajiba, por sobreviventes ligados a Inimá. Guaraciaba estaria o traindo numa taba isolada. Itajiba a encontra aos abraços com um estranho e mata os dois com uma flecha.
Constatado que o estranho era irmão de Guaraciaba Itajiba entre em desespero e ele e Inimá marcam um duelo pelo uso de flechas sabendo que ambos não sobreviveriam.
Mas, a flecha atirada por Inamá não fere Itajiba. Ela é rechaçada pelo medalhão de Nossa Senhora da Abadia que ele ostentava.
Diante desse milagre, Gonçalo abandona o modo de vida que mantinha, constrói uma capelinha para adoração da santa em Muquém e se converte no ermitão.
Um dia Matias, esposa e Maroca vão em romaria a Muquém em busca das bênçãos do ermitão, descobrindo que era Gonçalo; ele de joelhos pede perdão a Maroca pela morte de Reinaldo, que o perdoa e volta a falar...
Deram-se romarias a Muquém que perduram por mais de 275 anos.
História agradável e, sem ironias, "inspirou" filmes com personagens salvos em tiroteios por medalhão no peito ou dólar furado...
NOTA DE DIVULGAÇÃO
Livro escrito em 1858 conta a lenda do ermitão de Muquém cujo início se dera nos tempos de Vila Boa, depois cidade de Goiás.
É a história de Gonçalo um valentão homicida, abastado, que pelo assassinato do rival, o ciumento Reinaldo, por causa da linda Maria - Maroca, foge pelo rio Tocantins, se abrigando em tribos indígenas, culminando com a chegada à tribo Xavante. Mal recebido, atacado, reage mas, por fim, muito ferido é salvo por Inimá e cuidado pela linda Guaraciaba.
Ambos se apaixonam, mas o agora Itajiba provoca uma tragédia ao pensar que Guaraciaba o traia. Fora uma farsa engendrada pelo rival Inimá.
Inimá e Itajiba convencionam um duelo do qual ambos não sobreviveriam. Mas, a flecha de Inimá é contida pelo medalhão de Nossa Senhora da Abadia sempre protegendo o peito de Gonçalo.
Gonçalo, pelo milagre, se converte, constrói uma capela para adoração da santa que milagrosamente o protegera. Tornou-se o ermitão de Muquém com final regenerador. As romarias a Muquém perduram por mais de 275 anos.
Historinha bonita.
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