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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

SINCRONICIDADE de Carl Gustav Jung

UM PRINCÍIO DE CONEXÕES ACASUAIS 

LIVRO 143













EXPLICAÇÃO INDISPENSÁVEL

Até dias atrás eu nunca ouvira sequer falar em sincronicidade se bem, no dia a dia, esse fenômeno se manifesta imperceptível.

Quem se referiu à sincronicidade foi meu filho Otávio. Deu-se o seguinte:

Quando editava meu livro "Biografia de uma vida comum", embora muito de ficção, nem tudo era ficção. E foi nesse ponto que minha angústia exaltava porque teria que fazer revelações muito caras para mim. Mas, pensava: se se propõe a ser escrito ou você escreve ou não escreve.

Nessa angústias do escreve ou não escreve, entre outros, aconteceu um fenômeno inexplicável: um armário de roupas, de madrugada se abriu "espontaneamente", coisa impossível de acontecer. Lá estavam as roupas de meus tempos, até há pouco, de uso da "advocacia".

Depois desse evento inexplicável, "que se abra o armário das memórias", resolvi publicar o livro que poderia estar melhor editado mas, antes, consultei o I Ching - O Livro das Mutações atirando as três moedas dando-se "aconselhamentos" favoráveis ao lançamento do livro.

Jung bom que se diga, prefaciou a edição alemã do I Ching e na obra "Sincronicidade" também se refere ao "Livro das mutações".

E mais:

Eu me dou bem com a solidão mas constatava que muitos de minha geração já tinham "mudado de lado". E pontificava a perda de amigos de longa data, nesse processo inexorável da existência.

E, dizia, estou na solidão. 

Não demorou muito é um antigo amigo da Chrysler de Santo André, que mora no Mato Grosso do Sul, precisando viajar ao ABC, me telefonou dizendo que me fará uma visita.

Outra situação acasual: dois veículos, o segundo acompanhando o primeiro porque o motorista não conhecia o trajeto. Há uma dispersão num farol. O segundo segue um caminho alternativo que não era o indicado, volta e encontra o primeiro veiculo parado numa rua secundária, com problemas no câmbio. Com o reencontro, o motorista do primeiro veículo mais tranquilo aciona o carro. Experimenta. Em poucos metros de movimento desaparece o defeito no câmbio.

C. G. Jung

Nascido na Suíça em 26 de julho de 1875 e falecido no seu país em 6 de junho de 1961.

Psiquiatra e psicoterapeuta, instituidor da psicologia analítica, influente nas áreas de psiquiatria, psicologia, filosofia... autor de uma vasta obra de sua especialidade, influenciou e foi influenciado por Freud.


Na contracapa do pequeno volume, se lê que,

"Ao escrever este trabalho, Jung estava cumprindo uma promessa que por muitos anos não teve coragem de realizar."

E eu na minha ignorância absoluta, nunca havia pensado nessa circunstância de eventos que nada tem um com outro mas que tem, ao que o autor qualifica de eventos acasuais.

Entre os exemplos que ele menciona na sua obra, aquele que ele mais cita é este: 

A jovem paciente pretendia sempre saber o melhor, dominar e sua formação lhe permitia assim agir.

Não deram certo as tentativas que ela agisse diferente, com um pensamento mais humano. Então, Jung esperava que algum evento novo ocorresse que permitisse que ela mudasse esse modo de ser.

Numa noite ela sonhou que havia recebido de presente um escaravelho de ouro (uma joia). Na manhã seguinte, na sessão com a jovem, o Autor ouviu tênues batidas no vidro de sua janela parecendo querer adentrar ao ambiente interno. Jung abriu a janela e conseguiu pegar o "animalzinho" no ar, um besouro-rosa comum, "cuja cor verde dourada torna-o muito semelhante ao um escaravelho de ouro."

E Jung diz à paciente: 

"Está aqui o seu escaravelho". E explica: "Este acontecimento abriu a brecha desejada no seu racionalismo, e com isso rompeu-se o gelo de sua resistência intelectual. O tratamento pôde ser conduzido com êxito",

São coincidências não casuais mas acasuais, isto é, eventos que se ligam a um outro sem que se identifique uma conexão dando-se, então, a sincronicidade.

Jung tenta facilitar a compreensão, como neste trecho, entre outros:

"Convém chamar a atenção para um possível mal-entendido que pode ser ocasionado pelo termo "sincronicidade". Escolhi este termo, poque  aparição simultânea de dois acontecimentos, ligados pela significação, mas sem ligação causal, me pareceu um critério decisivo. Emprego, pois, aqui, o conceito geral de sincronicidade, no sentido especial de coincidência, no tempo, de dois ou vários eventos, sem relação causal mas com o mesmo conteúdo significativo..."

"Por esse motivo, em princípio, os fenômenos da sincronicidade não podem ser associados a qualquer conceito de causalidade. A conexão entre fatores significativamente  coincidentes deve ser necessariamente concebida como acausal".

"Foram a psicologia moderna e a parapsicologia que provaram que a causalidade não explica uma determinada classe de acontecimentos e que, neste caso, é preciso levar em conta um fator formal. isto é, a sincronicidade, como princípio de explicação".


I Ching

O "I Ching, o Livro das Mutações" teve origem, segundo o prefácio à edição brasileira no período anterior à dinastia Chou (1150-249 a.C) atribuído a quatro autores, entre eles, Confúcio.

Jung fez o prefácio dolivro e entre suas observações, diz que 

"A mente chinesa, como a vejo trabalhando no I Ching, parece preocupar-se exclusivamente com o aspecto casual dos acontecimentos. O que chamamos coincidência parece ser o interesse primordial desta mente peculiar e o que cultuamos como causalidade passa quase despercebido".










E diz Jung, na sua obra "Sincronicidade" sobre o I Ching:

"O I Ging (variável de I Ching), este fundamento — poderíamos dizer experimental — da Filosofia chinesa clássica, é um método usado desde tempos imemoriais para apreender uma situação de globalidade e assim colocar o problema dos detalhes no grande quadro das inter-relações do Yang e do Yin". (*)

E mais em nota de rodapé de um discurso que proferiu:

"A ciência do I Ching se baseia, não no princípio da causalidade, mas por um princípio até agora não nomeado — porque não surgiu entre nós — que, a título de ensaio, designei como princípio sincronístico". 

"O método se baseia, como todas as técnicas divinatórias ou intuitivas, no principio da conexão sincronística ou acausal".

Eu consultei muito o I Ching — agora menos —, com o uso de três moedas. O lado "cara" ou "coroa" uma vale 2 e a outra 3. E jogando sobre a mesa por seis vezes, monta-se o um exagrama no qual dá-se a resposta à indagação feita. De regra, em alguma ou algumas linhas há referências à consulta feita. E para consultas descabidas o hexagrama 4 que revela à inconveniência da abordagem.

Muitas vezes  I Ching deu-me alguma indicação. 

Outras análises de Jung:

ESP (Extra Sensory Perception) - Percepção Extrassensorial: referências a experiências de Rhine que fez experiências com cartas pelas quais o colaborador responderia o desenho de cada uma delas. Se ultrapassasse um número de acertos, seria PES. Mas, essa experiência não tem boa receptividade entre cientistas. 

Astrologia: diz Jung que há ausência de critério seguro "para determinar os traços de caráter, nos mostra que a coincidência entre a estrutura horoscópica e o caráter postulado pela Astrologia, não pode ser aplicada à finalidade aqui em discussão".

Mas, ele aceita um fato absolutamente indubitável para se valer da Astrologia, a união matrimonial entre duas pessoas. 

Mas, confesso que não me dei bem em entender essa conexão astrológica-matrimonial.

E, então

"Por mais incompreensível que isto pareça nós nos vemos, afinal, forçados a admitir que há no inconsciente, uma espécie de conhecimento ou "presença" a priori de acontecimentos sem qualquer base casual. Em qualquer caso, nosso conceito de causalidade e incapaz de explicar os fatos".

E eu concluo:

Esses eventos que se qualificam como sincronicidade estão no nosso dia a dia e, de regra, passam despercebidos.

Foi bom para mim ser alertado disso? Não sei, mas é possível que daqui por diante se prestar atenção aos eventos foi querer definir o que é causalidade e acausalidade.


(*) Yin e Yang: Visão geral criada por IA 


Yin é o princípio feminino, passivo, escuro e da terra, enquanto o Yang é o masculino, ativo, claro e do céu. Essas energias, representadas na imagem, não são antagonistas, mas interdependentes e essenciais para o equilíbrio e harmonia de todas as coisas, inclusive o universo, pelo que uma não existe sem o outro. 





NOTA  DE DIVULGAÇÃO

Livro 143

SINCRONICIDADE de Carl Gustav Jung

Eu nunca ouvira falar de Sincronicidade que o psiquiatra Carl C. Jung explanaria nesse pequeno livro.

Sincronicidade, segundo Jung, são eventos relacionados a uma situação qualquer, mas não casual, pelo que ele chama de acasual.

Eu mesmo dei exemplos de eventos acasuais, estranhos, alguns que parecem coincidência mas que não se explicam como mera coincidência pelo que seriam situações de sincronicidade.

"Foram a psicologia moderna e a parapsicologia que provaram que a causalidade não explica uma determinada classe de acontecimentos e que, neste caso, é preciso levar em conta um fator formal. isto é, a sincronicidade, como princípio de explicação".

Jung se refere às consultas ao I Ching - O livro das mutações. e os resultados que oferece aos consulentes. Na maioria das vezes significativos. Desde há muito eu "consulto" o I Ching,



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