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quarta-feira, 18 de julho de 2018

O HOMEM COMUM de Philip Roth

LIVRO 48

Philip Roth foi um escritor americano bastante prestigiado no seu país. Pela sua obra recebeu diversos prêmios importantes nos Estados Unidos.

Nascido em 1933, faleceu recentemente, em 22.05.2018. A grande imprensa ao noticiar sua morte, lembrou suas obras e os prêmios recebidos.

Dele, eu li há pouco “O Homem comum”, um livro composto de 131 páginas, fácil de ler.

A história se refere às dificuldades da velhice e a sempre iminência da morte. E das diferenças entre cada ser humano que são demonstradas no livro entre os irmãos.
























O personagem principal e narrador da história tivera uma infância feliz, vivida com um irmão mais velho, que sempre o protegeu, Howie.

Seus pais, judeus, trabalharam muito para manter o bem estar dos filhos. Seu pai era joelheiro e relojoeiro da pequena cidade de Elizabeth.

Ainda criança o narrador ajudava muito ao pai na joalheria fazendo entrega de alianças e diamantes.

E ainda criança, submeteu-se a uma cirurgia de hérnia, sempre com a presença de sua mãe no hospital.

Começam aí as diferenças com seu irmão mais velho, Howie. Este era saudável e, pelo relato, jamais se aproximara de um hospital que não fosse para cuidar do irmão e dos pais.

O narrador tornou-se publicitário de prestigio e se deu bem na carreira. Seu irmão já aos 30 e poucos anos obtivera, fazendo assessoria de câmbio e investimento em ação o seu primeiro milhão de dólares. Depois, amealhou 50 milhões de dólares fazendo “arbitragem cambial”.

Howie era casado havia décadas e era fiel. Era amado e respeitado por seus quatro filhos.

O irmão mais novo fora casado três vezes. No primeiro casamento tivera dois filhos que o odiavam pelo divórcio que se deu por sua infidelidade. O segundo, com Phoebe, com quem tivera uma filha, Nancy, que ele amava e era amado por ela, também acabou pela sua infidelidade com uma secretária no próprio escritório e com uma modelo dinamarquesa.

Perdendo Phoebe, mulher razoável que o amava, casou-se com a dinamarquesa, revelando o livro que tinham eles vida sexual anormal e, por isso, havia uma ansiedade de gozaram dessa volúpia.

Parece que o Autor Roth valoriza a estabilidade conjugal.

Do ponto de vista físico, enquanto seu irmão mais velho à medida que os anos passavam se mantinha ativo e saudável, o narrador passou a ter sérios problemas cardíacos, sendo submetido a seguidas operações e introdução de pontes de safena e dessas cirurgias, as marcas no seu peito e nas pernas.

E, ao chegar aos 60 e poucos anos, aposentou-se e foi morar na beira da praia, sozinho, passando a pintar quadros, porque tinha talento para tanto. Deu aulas para os vizinhos idosos e se afeiçoou a uma aluna que se  suicidou por não suportar as dores atrozes que sentia nas costas que a obrigava, para amenizar o sofrimento, deitar-se no chão por algum tempo.

Os outros alunos, idosos, todos tinham alguma doença, inclusive o câncer.

O autor demonstra as dificuldades que a idade avançada traz para a vida de muitos idosos.   

Nesse quadro mórbido, triste o enterro de seus pais, em solenidade judaica num cemitério semiabandonado e vandalizado.

O narrador rejeitava qualquer religião, uma mentira “que ele identificara ainda bem jovem.”

Quanto ao seu irmão é sintomático que numa de suas viagens com a esposa visitou o Tibete. O Tibete foi invadido pela China em 1950 quebrando toda a tradição mística daquele pequeno país, materialmente muito atrasado, então. Mas, até que ponto não existiria, ainda, aquele incentivo à meditação e ao recolhimento interior? (*)

Reagindo à solidão experimentada, fez contatos com  antigos colegas de trabalho ainda vivos e que sofriam de incapacidade física pela idade avançada.

Para destacar o evento morte e o enterro a 1,80 metros de profundidade da cova, foi um tanto enfadonho o diálogo que tivera com o coveiro no cemitério onde sepultados seus país num dia que lá esteve, só.

Novamente precisando de outra cirurgia cardíaca, resolveu que a anestesia seria geral de maneira a não saber o que se passava durante os trabalhos médicos.

Nesse procedimento não despertou. A parada cardíaca resultou no seu falecimento sem que se desse conta disso.




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