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terça-feira, 4 de julho de 2017

MISTÉRIOS E MAGIAS DO TIBETE de Chiang Sing

Livro 10













“Mistérios e Magias do Tibete” de Chiang Sing (pseudônimo) é um livro que descreve com detalhes fenômenos místicos muito estranhos que viu a Autora em sua longa viagem àquele país.

O livro descreve esses eventos "inacreditáveis" antes da invasão chinesa que se deu em 1950. Muitas vezes atônita pelo que via, afirma que o seu colega de viagem filmou um deles atestando que não houvera alucinação.

Sobre isso, durante o tempo em que esteve com as monjas do Templo da Calma Profunda diz, repetindo o que outro autor dissera que omitira o que presenciara com "temor de que nossos leitores se riem de nós e duvidem de nossa razão ou da nossa boa-fé..."

Mas, também:

"Muitas são as pessoas incrédulas que ainda hoje perguntam:
- Mas... Você viu mesmo tudo o que diz neste livro?
Minha resposta é sempre a mesma:
- É claro que vi! Somente não posso afirmar se foi com meus olhos físicos ou meus olhos espirituais."


















Chiang Sing é brasileira, falecida em 2002. O pseudônimo se refere a uma antiga princesa chinesa, que viveu há cerca de 4000 mil anos e de quem seria a Autora uma de suas encarnações. 

Ela registra em sua obra que fora a primeira brasileira "que viveu entre os místicos e magos do Tibete". A viagem durou 6 meses num trajeto atribulado a partir da Índia pelo pequeno estado de Sikkim, fazendo o trajeto a pé ou a cavalo enfrentando terrenos inóspitos, frio intenso, tendo como guia o Lama Kazi, tibetano. Além dessas dificuldades, seu pequeno grupo (o casal Vessantara e o arqueólogo francês Pierre Julien Lafoil) deparou-se, também, com hospedagem e condições de higiene precárias, mas sempre parando em locais e templos e mosteiros que inspiravam o grupo na busca espiritual e na compreensão da magia tibetana.

A cada dia passando por pequena cidade ou vila, ia ascendendo às alturas das grandes montanhas do Himalaia tendo como objetivo final chegar a Lhassa a capital do Tibete, a 3700 metros de altura e lá conhecer os vários mosteiros especialmente o palácio Potala  construído em 1648 que até 1950 fora a residência oficial de todos os Dalais (Dalai Lama = Oceano de sabedoria).

No início do trajeto, no estado de Sikkim, hospedados no palácio do Rajá Dorge, após a "festa das Flautas Pastoris", um velho pastor desenhou com um pó branco uma grande cruz suástica.

À perplexidade que daí surgiu, estabeleceu-se a partir esclarecimentos sobre a origem  da suástica nazista.

Essa cruz é um dos mais antigos símbolos do Oriente.

Há duas formas, a positiva e a negativa. As duas seriam sagradas, a primeira usada na magia branca e a segunda na magia negra.

Sendo Hitler um mago negro, ele se valeu da suástica positiva e a inclinou 45 graus, tornando-a um símbolo maléfico. 





A suástica da esquerda, positiva. Da direita, negativa e a em vermelho do nazismo.

À medida que avançam no roteiro, vão aprendendo a doutrina espiritual tibetana, surpreendendo-se com os monges que por não se alimentarem se tornam múmias vivas. "Somente a respiração, fraquíssima, continuará, mas por pouco tempo".

Um conceito aceito: "Os homens são agentes do Carma (lei da causa e efeito), e nós como agentes dos Mestres Ascensionados não podemos anular as dívidas que os homens e as nações contraíra por seus atos" segundo o Buda Vivo de Sikkim. (*)

Materializações em solenidades místicas como se deu com o Buda Maitreya, o Buda do futuro precedido de luminosidade intensa. Ele flutuava acima do altar, sentado na posição de lótus, vestindo uma túnica amarelo-dourado: "A mão direita apontava para o céu e a esquerda para a terra". 

[A flor de lótus "é o emblema da difusão da vida e da fertilidade da terra". Quando o sol nasce o lótus se abre por sobre as águas. Quando o sol se põe, o lótus se fecha"].

O milagre da levitação, a ponto de sentar-se o monge sobre o talo de uma flor, sem dobrá-la. Autora, lembra que a Igreja Católica aceita a levitação, lembrando os casos de Santa Teresa d'Ávila e o próprio Jesus.

Uma experiência mística pessoal, segundo o relato da Autora, o Lama de Latchen a  conduziu à  regressão de vidas passadas, retornando há milhares de anos: "Porque não reencarnaste após seres a princesa chinesa e isto foi há 4 mil anos. Traíste teus votos de castidade e foste amaldiçoada. Agora vais ver como nós te libertamos dessa terrível maldição." 

Entre esses inúmeros fenômenos místicos e as várias materializações que descreve, estes foram filmados, segundo relato que fez:

“Os tambores tocaram com mais força, à medida que iam se materializando os Yadans (elementais que vivem nos quatro elementos: terra, água, fogo e água). "Vimos gigantes, gnomos, lindas mulheres pequeninas de asinhas transparentes, delicadas colunatas de fogo de onde saiam salamandras, duendes e ondinas. Nossa emoção era tanta que mal podíamos respirar. O filme de Vessantara provou-nos que não tínhamos sido hipnotizados. Sem dúvida, nada é mais fantástico que a própria realidade.”

A Autora relata ter assistido à distância e em local discreto a materialização de entidades demoníacas. Um ser monstruoso peludo de elevada estatura, quatro cabeças e quatro braços se materializa, relacionado-se com mulheres dando-se um ritual orgíaco de tão dramática degradação que ela resolveu não descrever o que vira.

Em Lhassa a Autora e seu grupo foram recebidos pelo Dalai Lama  no Palácio Potala. (**)


A interpretação é minha porque a dominação chinesa pôs um fim nesse mistério, nessa magia toda descrita pela Autora: qual, afinal o sentido de todo esse poder espiritual se considerarmos que Jesus Cristo saiu pela mundo a expor seus ensinamentos falando de novos tempos, fazendo conversões e milagres à luz do dia? Sem a reclusão da meditação praticada pelos monges nos templos? O sentido da mumificação em vida? 

[Neste livro, porém, há referência de que fora Jesus instruído no Tibete antes do registro nos Evangelhos]. (***) 

Relatado por Chiang Sing sobre os poderes individuais, sem aproveitamento para a humanidade:

“Durante suas andanças pela Índia, Sidarta Gautama, o Buda, encontrou um eremita muito cansado, sentado à porta de sua cabana, no final de um bosque:
- Há quanto tempo vives aqui? – perguntou Buda.
- Vinte e cinco anos.
- E qual o resultado desses anos de meditação?
O eremita respondeu orgulhoso:
- Sou capaz de atravessar um rio, andando sobre as águas!
- Pobre amigo – disse Buda -, pouparia muito mais o tempo, se pagasses um barqueiro para atravessar o rio num barco...”

Esse é, pois, o caldo de cultura da “magia e mistérios” do Tibete.

O Tibete era pobre, muito atrasado e com sérios problemas de higiene e saneamento.

Relata a Autora sobre a cidade de Phari Dzong, a 4450 metros que "o povo tem cheiro muito desagradável, mistura de manteiga rançosa com alho. Os tibetanos geralmente não tomam banho, nem mudam roupa com frequência."

E também, 

"Em Lhassa, como em todo o Tibete, não há instalações sanitárias nem esgoto. (...) Mas, o povo costuma jogar os detritos nos terrenos baldios. Há uma falta de higiene muito grande e  cheiro das ruas de Lhassa é bastante desagradável,"

A invasão chinesa truculenta se deu em 1950, uma espécie de terra arrasada por um grande tratos. Essa invasão resultou em centenas de templos budistas destruídos.


Hoje Lhassa é um centro urbano com praças, shoppings, e altos edifícios ligada ao resto da China por linha férrea de alta velocidade. Mas, com o predomínio chinês, o tibetano é excluído do progresso e a extinção de sua cultura é visível. No Tibete a educação é em mandarim e não em tibetano.



Palácio Potala, um dos mais imponentes do mundo


Longe do Tibete desde 1959, vivendo na Índia, após um levante frustrado contra a invasão chinesa dissera o Dalai Lama que seria ele o último Dalai tornando mais remota a resistência tibetana e a volta ao seu país.
















14º Dalai-Lama e Barack Obama

Com o fim do lamanismo tibetano, relata a Autora que houve a profecia de que todo aquela cultura espiritual, aquela magia seriam "transferidas" para a América do Sul, especificamente para o Brasil.

Setenta anos depois (2020), essa profecia não se realizou e pelo mundo caótico nestes tempos, não parece que se realizará.

Aqui também, pergunto; onde estão esses luminares?

E o Tibete vai se tornando uma lembrança de coisas miraculosas que lá ocorriam, um passado que não se renovará. Apenas um estado autônomo da China.


Referências:

(*) Sobre o Carma (lei da causa e efeito), acessar "Autobiografia de um iogue" de Paramahansa Yogananda, acessar:
AUTOBIOGRAFIA DE UM IOGUE

(**) Palácio Potala em Lhassa monumento declarado patrimônio da humanidade em 1994, pela UNESCO. Sede do governo, residência do Dalai- Lama nos tempos do Tibete livre.

(***) Tema tratado de modo mais amplo, "A vida mística de Jesus". Acessar:

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