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O denominado "mundo novo" situa-se no ano 600 da era de Ford (referindo-se a Henry Ford, pioneiro da indústria automobilística nos Estados Unidos).
Mas, do que trata o livro de Huxley?
Um novo mundo onde os seres humanos eram produzidos em série em laboratórios e, pela manipulação dos embriões, pertenceriam à elite dominante ou simplesmente à massa que fazia trabalhos braçais ou desagradáveis (ípsilones), o controle da individualidade pelo condicionamento no que denominou Centro de Incubação.
Nesses centros de condicionamento, certas "mensagens" eram repetidas milhares de vezes, para que se constituíssem verdadeiros valores da vida de homens e mulheres.
Mesmo sendo "imoral" a procriação natural, havendo por isso cuidados especialíssimos para evitar a gravidez, havia no "novo mundo" total liberdade sexual. A monogamia era objeto de repúdio e deboche. O casamento e o sentimento pais/filhos, uma vergonha.
O "soma" era a droga contra todos os males da "alma": da angústia, da depressão, da tristeza, da dúvida. Uma dose da droga anestesiava a mente do usuário, sobrevindo um estado de euforia, de felicidade, sem os mal-estares de outras drogas quando passasse seu efeito.
E se sobressai na história Bernard Marx um Alfa Mais - os membros superiores da sociedade - que tinha deficiências, era feio e mais baixo que os demais, em torno de oito cm. Diziam que, por erro, seu pseudo-sangue tivera dose maior de álcool.
Tinha ele por costume indagar-se sobre sua individualidade e costuma rejeitar doses do soma. Uma reação perigosa aos ditames da alta administração controladora.
Aproximara-se dele Lenina que tinha interesse em conhecer a reserva selvagem. Selvagens porque procriavam normalmente, casavam-se, preservavam a figura do país, seguiam religiões...

O que dizer do instigante "Admirável Mundo
Novo" de Aldous Huxley, consumidor declarado de LSD? Muitas são as “morais”
que ele sugere, como explano no final.
Trata-se de uma obra atual, mesmo escrita em 1932.
O denominado "mundo novo" situa-se no ano 600 da era de Ford (referindo-se a Henry Ford, pioneiro da indústria automobilística nos Estados Unidos).
Feitas as contas, chega-se ao ano de 2.600 da nossa
era.
Mas, do que trata o livro de Huxley?
Um novo mundo onde os seres humanos eram produzidos em série em laboratórios e, pela manipulação dos embriões, pertenceriam à elite dominante ou simplesmente à massa que fazia trabalhos braçais ou desagradáveis (ípsilones), o controle da individualidade pelo condicionamento no que denominou Centro de Incubação.
Nesses centros de condicionamento, certas "mensagens" eram repetidas milhares de vezes, para que se constituíssem verdadeiros valores da vida de homens e mulheres.
E nessa divisão de “classes” todos eram felizes,
porque “o segredo da felicidade e da virtude, é gostar daquilo que se é
obrigado a fazer.”
Mesmo sendo "imoral" a procriação natural, havendo por isso cuidados especialíssimos para evitar a gravidez, havia no "novo mundo" total liberdade sexual. A monogamia era objeto de repúdio e deboche. O casamento e o sentimento pais/filhos, uma vergonha.
O "soma" era a droga contra todos os males da "alma": da angústia, da depressão, da tristeza, da dúvida. Uma dose da droga anestesiava a mente do usuário, sobrevindo um estado de euforia, de felicidade, sem os mal-estares de outras drogas quando passasse seu efeito.
E se sobressai na história Bernard Marx um Alfa Mais - os membros superiores da sociedade - que tinha deficiências, era feio e mais baixo que os demais, em torno de oito cm. Diziam que, por erro, seu pseudo-sangue tivera dose maior de álcool.
Tinha ele por costume indagar-se sobre sua individualidade e costuma rejeitar doses do soma. Uma reação perigosa aos ditames da alta administração controladora.
Aproximara-se dele Lenina que tinha interesse em conhecer a reserva selvagem. Selvagens porque procriavam normalmente, casavam-se, preservavam a figura do país, seguiam religiões...
E viviam numa região imunda, sem higiene e de modo
precário.
De lá, traz Bernard um Selvagem e sua mãe Linda que
fora nascida nos laboratórios mas se perdera naquela comunidade isolada e pobre
ao ficar grávida de um alto dirigente daquele seu mundo controlado após dar a
luz a um filho de modo natural.
Mas, era rejeitada mesmo nessa comunidade porque não
perdera o condicionamento da prática do amor livre. E, pelos excessos,
consumindo drogas pesadas devastadoras quando passavam seus efeitos, envelhecera
e engordara. Sentia falta do soma.
Naquele que chamava “admirável mundo novo”, o Selvagem
causa espanto, porque lia Shakespeare e rejeitava aqueles manuais de
condicionamento e aqueles filmes e programas vazios nas televisões.
Com princípios morais que poderiam ser classificados
de “cristãos”, apaixona-se por Lenina e por ela é correspondido.
Lenina, então, dentro da liberdade sexual a que
estava condicionada, tenta seduzi-lo retirando suas vestes. O Selvagem - que
pensava em casamento para toda a vida - rejeita seus excessos e a expulsa.
Num diálogo entre o Selvagem e o dirigente máximo
daquele mundo condicionado como Deus se manifestava:
— Bem, ele se manifesta como uma ausência; como se
absolutamente não existisse.
— A culpa é sua.
— Diga, antes, que a culpa é da civilização. Deus não
é compatível com as máquinas, a medicina científica e a felicidade universal. É
preciso escolher. Nossa civilização escolheu as máquinas, a medicina e a
felicidade. Eis por que é preciso que eu guarde esses livros no cofre. Eles são
indecentes. As pessoas ficariam escandalizadas se...
— O mal é uma
irrealidade se se tomam dois gramas.
Com o "soma", a "droga contra os
males da alma", se se tomam dois gramas, o mal é uma irrealidade.
Mas, o Selvagem a evitava exatamente porque tirava sua
liberdade de pensar livremente.
Depois da morte de Linda, sua mãe, ele foge daquele
mundo que para ele não fazia sentido, não tinha liberdade de pensar, de ler e
se isolar.
E assim faz. Encontra um farol abandonado e lá passa a
viver. Ali, subindo nas escadarias apreciava pelas janelas, paisagem belíssima.
Havia na sua comunidade a prática religiosa do açoite.
O Selvagem é surpreendido se autoflagelando com um chicote, por três membros
daquele mundo que desprezara.
Dias depois, helicópteros o encontram, repórteres
tentam entrevistá-lo e, a partir dai, não teve mais paz.
Suas imagens e as chicotadas eram passadas e
repassadas nas telas do “cinema sensível”.
Os helicópteros chegavam em grande número.
Todos impressionados com o uso do chicote que aplicara
em si mesmo e a uma mulher linda que dele se aproximara numa daquelas invasões.
Tantos os assédios, tantos os repórteres que
perguntara na sua angústia:
— O que querem de mim?
E a resposta:
— Nós-queremos-o-chicote! -
gritou um grupo no extremo da linha. Nós-queremos-o-chicote!
Num outro dia os invasores chegaram. O farol estava em silêncio. Eles
nele entraram, subiram as escadas e viram os pés do Selvagem girando, girando.
“Moral da história”: muitas morais podem ser identificadas, como o desprezo
pela pobreza sem ajuda, a descoberta da violência por aquelas mentes condicionadas
que a transformam em diversão, o uso das drogas que afetam a própria consciência,
a liberdade sexual se avolumando, o domínio da televisão de má qualidade, o excesso
de seitas religiosas... e por aí vai.
Nestes tempos nos quais desponta um mundo nada admirável.
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