LIVRO 92
VER NO FINAL INFORMAÇÃO IMPORTANTE
Ésquilo nasceu por volta de 525 AC em Elêusis, próximo de Atenas e faleceu em 456 na Sicília.
PROMETEU ACORRENTDO, escrita em 470 AC é mais uma tragédia grega.
Em Édipo Rei (*) e Prometeu, há a predominância do cumprimento inexorável do destino.
Nesta obra de Ésquilo o destino tem a ver com o castigo de Zeus tal qual proclamam hoje correntes espirituais que falam na "lei do retorno", na "lei da causa e efeito."
Mas, há que se afirmar que Zeus é um deus pagão.
Essa tragédia tem os personagens seguintes além de Prometeu:
Poder e Força: Sob cujas ordens é executada a punição a Prometeu;
Hefesto: designado para acorrentar Prometeu numa "rocha varrida", que lamenta muito cumprir a missão imposta mas a executa, deixando Prometeu numa situação "ultrajante".
Oceano: Aliado de Prometeu que dele se aproxima em seu local do castigo e demonstra o desejo de interceder perante Zeus para minorar seus sofrimentos. E chega a aconselhar: "E por inteligente que sejas, desejo dar-te o mais salutar conselho. Conhece-te a ti mesmo e adota modos novos, pois um novo senhor reina sobre os deuses". Prometeu, porém, rejeitou a ajuda porque receava que Zeus fizesse contra o Oceano, algum tipo de retaliação.
Io: filha de Ínaco: que Zeus amava, mas pelo ciúmes de Hera (esposa de Zeus) foi expulsa pelo pai de casa e deixada à própria sorte no deserto, por terras estranhas, habitantes perigosos. Ela chega até Prometeu mas segundo as profecias dele, Io finalmente, pelo "capricho do Destino, uma grande colônia será fundada por ti Io e pelos teus filhos".
Hermes: filho de Zeus que vai até Prometeu para saber de suas previsões sobre a perda do trono pelo pai, após um casamento...
Coro das Oceânidas: Aliado de Prometeu que sofre com ele o castigo que lhe impôs Zeus.
Prometeu fora duramente castigado por Zeus por ter dado aos mortais, aos homens, ensinamentos e segredos conforme explana já acorrentado nas rochas. Ele se refere ao que ensinou e inventou em benefício dos mortais:
● A construir moradias com tijolos e madeira para que saíssem os mortais das cavernas escuras;
● A distinguir as estações de inverno e a das flores , dos frutos e da colheita;
● Inventou o sistema de números e o alfabeto;
● A subjugar os animais para fazerem os trabalhos mais pesados;
● Os navios para os marinheiros correrem os mares;
● A utilização do fogo...
"Vede como está preso em correntes o miserável deus que sou, o inimigo de Zeus, que incorreu no ódio de todos os que frequentam a corte de Zeus porque amou demasiado os homens."
Mas, Prometeu exalando o ódio contra Zeus, declara que ele perderá o trono depois de um casamento do qual se arrependerá, porque a esposa lhe dará um filho mais forte que ele.
Então, a tais presságios se apresenta Hermes a mando de seu pai Zeus para saber "que casamento é esse que fazes tanto barulho".
Prometeu, ao ser acusado por Hermes de que delira e está doente, ele responde:
"Se estar doente e odiar os inimigos, então, sim, estou doente."
Então, Hermes, agrava o castigo de Prometeu informando que o "cão alado" de Zeus, o "abutre sanguinário", devorará "com voracidade grandes pedaços do seu corpo (...) que virá todo o dia fazer seu repasto e o dia inteiro vai mastigar a negra iguaria que é o teu fígado".
No dia seguinte, o fígado recuperado era novamente devorado.
E Hermes não lhe dá esperança de breve reparo ao castigo, mas lhe diz:
"Então olha ao teu redor, reflete, e não acredites que a teimosia valha mais que uma sábia deliberação."
E o Coro aliado de Prometeu, no final, sob ameaça de Hermes a possíveis retaliações de Zeus contra ele, Coro, diz:
"Usa de outra linguagem e dá-me conselhos que eu possa escutar. Acaba de dizer frases intoleráveis. Como podes ordenar que eu cometa uma covardia? O que ele deve sofrer, quero sofrer com ele. Aprendi a odiar os traidores. De nenhum outro vício tenho mais horror."
E a frase final de Prometeu:
"Ó minha venerável mãe e tu, Éter, que fazes rodar ao redor do mundo a luz comum a todos, vede o tratamento ultrajante que me infligem?"
FINAL DA HISTÓRIA
Em Prometeu Acorrentado, o destino dele está ligado aos desígnios de Zeus que o castiga pela ajuda aos mortais e mesmo ao ódio externado ao deus.
Há excessos?
Depois dessas obras (Prometeu, Édipo Rei) filósofos gregos tentaram mudar os rumos adotando a liberdade de pensar se afastando dos desígnios do destino.
Porém, depois de 2500 anos, até hoje, com tanto "progresso" sabemos ou controlamos o essencial da vida? Como explicar tantas diferenças entre os semelhantes, as dores físicas, morais. Seriam castigos? Se sim, por quê? Por quem?
O essencial da vida não entendemos ou não nos é dada a compreensão.
(*) Acessar:
ESSA RESENHA PODE SER COMPARADA COM AS OBRAS: ÉDIPO REI de Sófocles e MEDÉIA de Eurípedes. bastando acessar EDIÇÃO ESPECIAL DAS TRÊS TRAGÉDIAS:
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