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quarta-feira, 28 de junho de 2017

MADAME BOVARY de Gustave Flaubert

LIVRO 3

Trata-se de livro consagrado, publicado em 1857, que tornou seus  personagens famosos na literatura universal e, em especial, Madame (Ema) Bovary.



Ema, mulher linda, casou-se com Carlos Bovary, médico competente, mas feito tolo e alienado no romance. Se assim não fora não haveria romance.

Com o tempo Madame Bovary passou a não suportá-lo. Muitas vezes ausente o marido, vida monótona, reclusa, foi aguçando sua ira contra ele.

Num tratamento fracassado, com graves consequências para o paciente, humilhado por um colega médico, Carlos desesperou-se.

Ema Bovary, que de certo modo o consolara nessa infelicidade, em voz baixa dizia, mordendo os lábios:

- Que pobre diabo! Que pobre diabo!

A partir daí assumiu o adultério, escondido. Só não via quem não quisesse ver: as saídas pelos caminhos a pé, os encontros praticamente às claras. 



Numa sociedade conservadora daqueles dias, ao menor indício de adultério, e estaria instalado o escândalo.

Mas, Carlos era feito um tolo e a sociedade nada via ou se fazia de cega para que a história prosseguisse...

Ema Bovary passou a fazer dívidas com vestidos, presentear o seu primeiro amante e essas dívidas foram se multiplicando. Não dá para entender a progressão de seus empréstimos perante o credor, o farmacêutico, parecendo agir como estelionatário, aproveitando-se do crescente desespero da mulher em saldá-los. E de sua ignorância.

Essas dívidas lesaram o próprio patrimônio do marido que de nada sabia. Do que sabia, afinal?

Ema Bovary não fora vítima de uma paixão arrebatadora, mas da vida sem perspectiva, ao lado do “pobre diabo”. Não evitou a explosão de seu desejo reprimido e a licenciosidade. Amava alimentando esses desejos.

A relação duradoura que procurara com seus amantes, não se concretizou: fora ela desprezada por eles. Sem poder pagar as dívidas, sem ajuda, escondendo tudo do marido perdeu o controle de seus atos.

A decisão que lhe restou fora pôr fim à sua vida infeliz. Envenena-se com arsênico.

Seu marido Carlos, em desespero, falido pelas dívidas da mulher, não demora e também morre.

Para ele nenhuma concessão, feito personagem caricata.

Claro que o sensualismo sugerido em cenas descritas no livro, escandalizou a sociedade da época, quando de seu lançamento. 

Seu autor enfrentou os tribunais.


Ilustração:
De Alfred de Richemont para a edição de 1905 da obra de Flaubert



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