LIVRO 3
Trata-se
de livro consagrado, publicado em 1857, que tornou seus personagens
famosos na literatura universal e, em especial, Madame (Ema) Bovary.
Ema, mulher linda,
casou-se com Carlos Bovary, médico competente, mas feito tolo e alienado no
romance. Se assim não fora não haveria romance.
Com o tempo Madame Bovary passou a não suportá-lo. Muitas vezes ausente o marido, vida monótona, reclusa, foi aguçando sua ira contra ele.
Num tratamento
fracassado, com graves consequências para o paciente, humilhado por um colega
médico, Carlos desesperou-se.
Ema Bovary, que de
certo modo o consolara nessa infelicidade, em voz baixa dizia, mordendo os
lábios:
- Que pobre diabo!
Que pobre diabo!
A partir daí assumiu
o adultério, escondido. Só não via quem não quisesse ver: as saídas pelos
caminhos a pé, os encontros praticamente às claras.

Numa sociedade conservadora daqueles dias, ao menor indício de adultério, e estaria instalado o escândalo.

Numa sociedade conservadora daqueles dias, ao menor indício de adultério, e estaria instalado o escândalo.
Mas, Carlos era feito um tolo e a sociedade nada via
ou se fazia de cega para que a história prosseguisse...
Ema Bovary passou a
fazer dívidas com vestidos, presentear o seu primeiro amante e essas dívidas
foram se multiplicando. Não dá para entender a progressão de seus empréstimos
perante o credor, o farmacêutico, parecendo agir como estelionatário,
aproveitando-se do crescente desespero da mulher em saldá-los. E de sua
ignorância.
Essas dívidas lesaram
o próprio patrimônio do marido que de nada sabia. Do que sabia, afinal?
Ema Bovary não fora
vítima de uma paixão arrebatadora, mas da vida sem perspectiva, ao lado do
“pobre diabo”. Não evitou a explosão de seu desejo reprimido e a
licenciosidade. Amava alimentando esses desejos.
A relação duradoura
que procurara com seus amantes, não se concretizou: fora ela desprezada por
eles. Sem poder pagar as dívidas, sem ajuda, escondendo tudo do marido perdeu o
controle de seus atos.
A decisão que lhe
restou fora pôr fim à sua vida infeliz. Envenena-se com arsênico.
Seu marido Carlos, em desespero, falido pelas dívidas
da mulher, não demora e também morre.
Para ele nenhuma concessão, feito personagem caricata.
Claro que o sensualismo sugerido em cenas descritas no
livro, escandalizou a sociedade da época, quando de seu lançamento.
Seu autor
enfrentou os tribunais.
Ilustração:
De Alfred de Richemont para a edição de 1905 da obra
de Flaubert
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