Malba
Tahan é o pseudônimo de Julio Cesar de
Mello e Souza.
Quem não ouviu alguma coisa sobre esse livro clássico
do educador e matemático Malba Tahan?
Mas, o título do livro já revela, por si só, a que se refere:
fórmulas matemáticas, algumas interessantes que o brilhante Bereniz,
“o homem que calculava”, as usava com sabedoria, resolvendo todas as
questões e desafios que lhe eram submetidos. Sempre pela matemática.
A história se situa no século XI e Bagdá era a célebre
cidade, “a pérola do Oriente”.
As narrativas se dão entre personagens árabes-muçulmanos.
A história começa com o encontro do seu narrador e o “homem
que calculava”, quando “voltava eu, certa vez, ao passo lento do meu camelo,
pela Estrada de Bagdá, de uma excursão à famosa cidade de Samarra, nas margens
do Tigre, quando avistei, sentado numa pedra, um viajante, modestamente
vestido, que parecia repousar das fadigas de alguma viagem.”
Era Bereniz. “o homem que calculava”. Nasceria naquele encontro
uma forte amizade entre eles.
Uma primeira disputa que Bereniz resolveu deu-se com a
divisão de 35 camelos herdados por três irmãos: ao mais velho caberia a
metade(17,5 camelos), ao irmão do meio a terça parte (11,67) e ao caçula,
a nona parte (3,15 camelos).
A divisão não seria exata, dai os desentendimentos entre os
irmãos.
O que fez o “homem que calculava”?
Tomou emprestado o camelo do narrador e amigo, inteirando 36
camelos.
A divisão:
Ao herdeiro mais velho, coube 50%, 18 camelos: (em vez de
17,5);
Ao herdeiro do meio: 1/3, 12 camelos (em vez de 11,67)
Ao herdeiro mais moço: a 9° parte, 4 camelos (em vez de 3,88)
Todos foram beneficiados pela divisão. A soma: 18 + 12 + 4 =
34
Sobraram 2 camelos: um foi devolvido ao amigo-narrador
e o outro, aquele um que sobrou, Bereniz se apossou como seu.
Os irmãos ficaram contentes com a fórmula da divisão
praticada pelo “homem que calculava” e não se opuseram em entregar o camelo que
“sobrou”.
Outras formulações matemáticas ocupam todo o livro.
Bereniz se casou com Telassim, que era cristã (filha de 17 anos do poeta Iezid Abul Hamid). Bereniz repudiou a religião de
Maomé e adotou integralmente o Evangelho de Jesus.
Fez questão de ser batizado por um bispo que sabia a
Geometria de Euclides.
Em 1258, relata o livro, “uma horda de bárbaros e mongóis
atacou a cidade de Bagdá.” (...) A cidade foi saqueada e cruelmente arrasada.”
“A gloriosa Bagdá, que durante 500 anos fora um centro de
ciências, letras e artes, ficou reduzida a um montão de ruínas.”
Apêndice
Linhas acima foi destacado que "Bereniz
repudiou a religião de Maomé e adotou integralmente o Evangelho de Jesus".
Há um
apêndice que trata do islamismo para a devida reflexão pelo que
se passa nos tempos atuais:
A forma “Islã” é derivada do árabe “assalã”, que significa paz,
harmonia, confraternização.
Islã exprime, afinal, resignação à vontade de Deus.
Para o árabe muçulmano, a denominação de infiel é dada a todo
indivíduo não-muçulmano, isto é, ao indivíduo que não aceita os dogmas do Islã
e não segue a trilha do Alcorão, que é o Livro de Allah. (*)
Um muçulmano piedoso, sincero, quando se refere a um infiel
(cristão, idolatra, pagão, judeu, agnóstico ou ateu), isto é, quando cita o
nome de um servo de Allah que viveu no erro, nas trevas do pecado (depois da
revelação do Alcorão), por não ter sido esclarecido pela fé muçulmana,
acrescenta este apelo:
- Allah se compadeça desse infiel!
Ou recorre a esta fórmula, que é, igualmente, piedosa:
- Com ele (o infiel) a misericórdia de Allah!
Aceitam os muçulmanos, como dogma, que o infiel, depois da vitória
do Islamismo, tendo vivido na heresia, longe da verdade, estará, fatalmente,
depois da morte, condenado às penas eternas. É preciso, pois, implorar sempre
para os infiéis (especialmente para os sábios), a clemência infinita de Allah,
o Misericordioso.
(*)
O Alcorão foi “sistematizado” entre 632 a
650 dC.
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