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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO de Stephen W. Hawking

Livro 25

O livro de Hawking, para leitores fora do ambiente da física, da cosmologia é muito difícil.  A maior parte das páginas explana sobre teorias cósmicas, de criação do universo e, tantos os debates e as discussões que o livro discorre que, no final de tudo, “tudo é relativo”. Pela minha formação, só cheguei ao final da leitura do livro porque me propusera a tanto.




Hawking sofre da doença degenerativa “ela” – esclerose lateral amiotrófica. Quando tinha 21 anos a doença foi diagnosticada vindo com o diagnóstico a informação de que não viveria muito tempo. Hoje, completamente imobilizado, se comunica por um programa que transmite mensagens pelos movimentos de seus olhos, já com 75 anos de idade (em 2017).

Hawking começa o livro com aqueles princípios elementares, teorias primordiais, a partir de Aristóteles que entendia a Terra estática no cosmos e, em torno dela, giravam o Sol e os planetas então conhecidos.

Copérnico corrigiu Aristóteles bem assim Ptolomeu, divulgando anonimamente sua teoria, afirmando que  a Terra e os demais planetas giravam em torno do Sol. E por que a divulgação anônima? Porque ele receava represálias da inquisição.

Kepler e Galileu defenderam a teoria de Copérnico. Galileu, físico brilhante, mas advertido pela inquisição a não prosseguir nos seus estudos porque não havia provas suficientes de que a Terra girava em torno do Sol.

Hawking se refere à descoberta da “lei da gravidade” por Isaac Newton  e divulgada em 1687 num momento contemplativo do  célebre matemático quando viu uma maçã cair no chão.

[A maçã não teria caído sobre sua cabeça]. 

Pelo conceito de gravidade, era possível compreender que os corpos celestes, embora atraíssem uns aos outros, segundo seu tamanho, permitia o equilíbrio do universo porque o número de estrelas seria infinito.

No final da década de 20 do século passado, Edwin Hubble sugeriu que o universo fora constituído a partir de uma grande explosão, o Big Bang. Se aceita essa teoria, não seria possível pensar no que existia antes da ocorrência desse fenômeno.

Nota-se no livro que entre “idas e vindas”, inclusive para Hawking, essa teoria acabou sendo aceita por muitas cientistas.

A Igreja católica em 1951 pronunciou-se oficialmente sobre a teoria do Big Bang porque estaria ela em harmonia com a Bíblia.

Mas, o que fazia Deus antes da grande explosão?

Essa explosão teria ocorrido a dez bilhões de anos. A evolução dos seres inteligentes teria se dado, também, nesse tempo.

A incerteza das teorias:

“Qualquer teoria física é sempre provisória, no sentido de que não passa de uma hipótese, não pode ser comprovada jamais. Não importa quantas vezes os resultados da experiência concordem com uma teoria, não se pode ter certeza de que, da próxima vez, o resultado não vá contradizê-la.”

A mecânica quântica “introduz um inevitável elemento de imprevisibilidade ou casualidade da ciência”. Ela não prevê um único resultado para um número definido de observação mas um número de diferentes e possíveis resultados.

Einstein, que defendia os conceitos da mecânica quântica tendo mesmo papel destacado no seu desenvolvimento não aceitou a sugestão de que o universo fosse gerido pela casualidade e diria: “Deus não joga dados”.

“Parece que o princípio da incerteza é ainda uma característica fundamental do universo em que vivemos.”

Porque “na teoria clássica da relatividade geral, não se pode prever como o universo teria começado porque todas as leis científicas conhecidas teriam falhado na singularidade da grande explosão.”


(A teoria da relatividade foi proclamada por Einstein em 1905 e a teoria da relatividade geral em 1915. Ela afirma que tempo não é o mesmo em qualquer circunstância, ele é relativo, podendo variar de acordo com a velocidade, a gravidade e o espaço percorrido).

Mas, descoberta uma “teoria unificada e completa, portanto, talvez nos ajude a sobrevivência de nossa espécie. Pode até não afetar nosso estilo de vida”, mas “ansiamos por saber porque estamos aqui e de onde viemos”.


O universo está em expansão entre cinco e dez por cento a cada bilhão de anos. As distâncias são incertas e imensuráveis. Alias, chegamos ao “conceito atual de que a Terra é um planeta de tamanho médio (não será minúsculo?), girando em torno de uma estrela média (?) nas regiões periféricas de uma galáxia espiral comum, que é apenas uma das aproximadamente um trilhão que se observa no universo” (“trilhão”!).

Buracos negros:

Definição difícil de decifrar no livro. O glossário explica o “buraco negro primordial” formado no início do universo. Mas, o que se aplica no livro sobre esse tema teórico, seriam estrelas que perderam a força como tal, mas permaneceram como massa no universo, com forte atração gravitacional que não poupa nem a luz.

Deus e o ateu:

Hawking tem se proclamado ateu.

Mas, as teorias “relativas”, inconclusivas o levam a pensar em “alguém” que arquitetou isso tudo, esse universo inexplicável que às vezes coloca em questão a própria existência da humanidade.

[Eu é que pergunto: onde, afinal, nos situamos, nessa imensidão sem começo e sem fim, para que servimos? E não entendendo ou não tendo lógica para pensar sobre isso, ocorre terrível predação que ironicamente coloca em risco, nalgum tempo futuro, a própria sobrevivência da humanidade, a nossa, não a do planeta]

Na introdução do livro, Carl Segan, observa:

“Hawking, como ele mesmo afirma explicitamente, tenta compreender a mente de Deus. Isso torna a conclusão deste esforço completamente surpreendente: o universo sem limites no espaço, sem começo ou fim e sem nada que um Criador pudesse fazer.”

Hawking admite que poderia existir um criador dessa imensidão universal, um eterno desafio à inteligência que nenhuma teoria explica, tudo é “relativo”, observando:

“Mas se realmente o universo é completamente autocontido, sem limite ou margem, não teria havido começo, nem haverá fim, ele seria, simplesmente. Que papel estaria então reservado ao criador?”

Por fim, ele chama ao debate cientistas, filósofos e mesmo leigos para estabelecer razões dos motivos que o universo e nós existimos.

E afirma:

“Se encontrarmos a resposta para isto teremos o triunfo definitivo da razão humana: porque, então, teremos atingido o conhecimento da mente de Deus.”

Esses elementos que colhi no livro de Hawking são alguns princípios, em alguns pontos até notando contradições. O livro não é só isso. Isso é pouco. Ele contém um forte encaminhamento científico no qual se destacam conceitos elevados de física. E sobre esses conceitos, não tenho condições mentais de discutir.
Por isso aceito críticas e correções.


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