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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

A ESCOLHA DE SOFIA de Willian Styron

Livro 37

Essa obra não é nova.  A edição aqui comigo é de meados da década de 70, grosso volume impresso em fonte pequena, 576 páginas.

O livro já foi homenageado com um filme protagonizado por ninguém menos do que Meryl Strieep.

Não sabia nada da escolha de Sofia pelo que me deu mais interesse pelo livro, já que o filme, de 1982 nem tenho certeza se assisti inteiro.

O narrador da história é Stingo, um candidato a escritor que se hospeda numa pensão barata, no Brooklyn, Nova York, porque em Manhattan era muito caro, toda cor-de-rosa, casa de Yetta Zimmerman e é nesse ambiente que conhece o casal Sofia – Nathan, barulhentos na hora do amor no andar de cima.














Viera Stingo do sul dos Estados Unidos e, à medida que se relaciona com Nathan é insultado por ele, que imita o sotaque daquela região do sul americano, uma provocação.

Mas, assumindo algo parecido com dupla personalidade, num outro momento Nathan elogia muito o futuro escritor e se tornam, juntamente com Sofia, grandes amigos.

O livro está cheio de pieguices e histórias dentro da história, fatos que não o desmerecem.

Curioso, entre os americanos homens, não é incomum se ouvir, “I love you”. Essas declarações normais e heteros se dá muito nos filmes de Hollywood. E esse sentimento se dá entre Stingo e Nathan.

Sofia de modo gradativo vai contando sua história a Stingo: polonesa, poliglota (falava alemão, francês e polonês) foi presa pelos nazistas e levada a campos de concentração apenas porque fora surpreendida convivendo com membros da resistência. Ela não compactuava com o movimento.

Por falar o alemão tão bem, estenógrafa, passou a trabalhar para um comandante nazista no campo de concentração de Auschwitz (comandante Höos).

“Pergunta: Diga-me: em Auschwitz onde estava Deus?”
“Resposta: Onde estava o homem?”

Em meio a todo o sofrimento nesses campos de concentração, um dia teve que escolher, perante um médico bêbado que pensara em ser padre no passado, qual dos seus filhos, seu filho ou sua filha deveria entregar para os fornos de extermínio para que o outro sobrevivesse.

Completamente cega de dor, entrega um dos seus filhos (não diria, mas vou dizer que foi a filha) e, por todo o tempo, mesmo quando chegou aos Estados Unidos pensava em encontrar aquele que sobrevivera. Não o encontraria. Nem poderia afirmar que sobrevivera.

Até o terço final do livro, a crueldade de Nathan em momentos diversos de loucura contra Sofia deixava a impressão que sendo ele judeu, esses destemperos poderiam significar um contraponto à própria crueldade nazista que sabia.
Mas, descobre-se por seu irmão, que Nathan tinha problemas psiquiátricos sérios. Esquizofrênico. Dai a violência.

Naqueles tempos do pós-guerra havia no ar, ainda, aquele sentimento de perplexidade, revolta e ainda os horrores da violência praticada por todos os lados no conflito.

Na sequência das páginas, aproximando-se do final se avoluma o erotismo.

Sofia era linda. Stingo se apaixona por ela de modo descontrolado.

Por não conseguir consumar sua primeira relação sexual com suas namoradas virgens e que a ele não se entregaram, chegou a duvidar de sua masculinidade até que, salvando Sofia das reações esquizofrênicas de Nathan fogem para a Virginia, o sul,  para a fazenda do pai de Stingo.

É nessa viagem que Sofia premia Stingo pelo sexo oral.

E depois disso, sem que Stingo acordasse, ela foge para Nathan, para o Brooklyn e para o duplo suicídio, o que considero a segunda escolha de Sofia.

O livro “A Escolha de Sofia” é muito bom.

Agora preciso assistir ao filme. 


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