Translate

domingo, 18 de fevereiro de 2018

HORIZONTE PERDIDO de James Hilton

Livro 38

Quem não leu este livro ou já ouviu falar dele? Do mito de Shagri-Lá, um paraíso perdido numa montanha pelos lados do Tibete? (*) Um local de pureza ambiental, de monges que cultivam a cultura e a espiritualidade? Que não envelhecem?

O livro foi lançado em 1933. Os diálogos entre os personagens são até ingênuos, simples, pelo que facilita muito a leitura.















Não sei quantas vezes li o livro, assisti ao filme de 1973, estrelado por atores de primeira linha, musical, com composições de Burt Bacharach mal recebido pela crítica, porém.

Quanto ao nome Shangri-Lá, tentei achar a origem da palavra. Não encontrei nada significativo e, de regra, todas as conceituações se referindo à obra de Hilton:  um recanto místico, de paz e tranquilidade, perdido nas montanhas do Tibete.

Mas, em tibetano significa "desfiladeiro".

Disse um dos personagens, já se acostumando com a vida em Shangri-la:

- Meu Deus, quando se pensa em toda essa gente que daria tudo o que tem para sair da balbúrdia e vir descansar num lugar como este e não pode sair! Seria o caso de perguntar quem está preso: nós (em Shangri-Lá) ou eles.

Os personagens são: Hugh Conway, cônsul britânico, Roberta Brinklow, missionária, Henry Bernard, cidadão americano procurado pela polícia porque dera um golpe financeiro no seu país e Charles Mallinson, vice-cônsul.

Estão em Balkul, no Irã, quando explode uma guerra. Esses quatro personagens fogem num avião já com tecnologia para voar a grandes alturas. O destino seria Peshawar no Paquistão.

Mas, o avião fora sequestrado sem que percebessem no tumulto e a rota foi desviada para um longínquo ponto no Tibete.

Ao pousar o avião, são recebidos por uma comitiva comandada pelo monge Tchang.

São conduzidos ao monastério e lá são instalados. Sentem-se bem, logo se acostumam com o ar rarefeito e se surpreendem com o conforto “europeu”, além de biblioteca e música, oferecida um exímio pianista que interpretava músicas inéditas de Chopin.

Para eles o mistério do sequestro permanecia.

Tchang, que lhes dava apenas as informações permitidas dissera que as regras de Shangri-la eram a moderação e essa modo de vida significava a felicidades mesmo para os habitantes que viviam montanha abaixo do monastério. E disse:

- E creio poder afirmar que nossa gente é moderadamente sóbria, moderadamente casta e moderadamente honesta.

[“Moderadamente honesto” não guarda certo equilíbrio com “moderadamente desonesto”?]

Sem perspectiva de deixarem Shangri-Lá a curto prazo, porque seria necessário contar com os carregadores que para lá se dirigiam ocasionalmente, levando encomendas, excluindo o jovem Mallinson, todos os outros resolveram ficar no pequeno paraíso.

Não demora muito e Conway é chamado para uma entrevista com o Lama Superior. E então ele descobre que esse monge tinha cerca de 250 anos e já esperava a morte. É que em Shangri-Lá a velhice era retardada por décadas, séculos...

O pianista se dizia discípulo de Chopin.

Também, exímia pianista, a bela chinesa Lo-Tsen que apaixonara os três sequestrados, incluindo Conway.

Mas, quem de lá saísse, com a perda do poder místico que havia no paraíso, a idade se mostraria real até a morte se fosse muito avançada.

O Lama escolhera Conway como seu substituto em Shangri-Lá , após essa revelação, morre.

Confuso, Conway deixa as instalações do Lama recém falecido e é convencido num longo apelo de Mallison a deixar Shangri-Lá com ele revelando que carregadores estavam próximos, subornados para que os levassem de volta por orientação de bela Lo-Tsen. Ela também fugiria.

Conway então revela o segredo da longevidade que gozavam os habitantes de Shangri-la e os efeitos que se dariam com a saída de Lo-Tsen.

Mallison não acreditou admirado que Conway tivesse acreditado que Lo-Tsen, deixando o paraíso, assumiria sua idade real com todas as consequências.

A saída de Shangri-Lá era demasiada difícil.

As últimas referências a Conway se deram num hospital, internado febril e com perda de memória.

O médico que o atendeu tinha leve lembrança, até mesmo de uma mulher, chinesa, que o levara até lá.

Indagado o médico sobre essa mulher chinesa, se se lembrava de alguma coisa a respeito dela, se era jovem, respondeu:

- Oh! Não, ela era muito velha, a mulher mais velha que vi até hoje.

De Conway não mais se ouvir falar. Teria retornado a Shangri-Lá?

...........

(*) O Autor se refere a alguns aspectos místicos do Tibete. O livro “Horizonte Perdido” foi escrito no início da década de 30 do século passado. O livro “Mistérios e Magias do Tibete” de Chiang Sing tem bastante informações sobre o Tibete antes da invasão da China, em 1950.
Acessar:
https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2017/07/misterios-e-magias-do-tibete-de-chiang.html







Nenhum comentário:

Postar um comentário