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terça-feira, 9 de julho de 2024

A ARTE DA GUERRA de Sun Tzu

 LIVRO 125











Este livro, de pequeno extensão, está comigo há bom tempo.

O livro transmite sabedorias de combate na guerra que são a antítese do taoismo e do confucionismo que são contemporâneos:

O taoismo (tao = caminho) é também uma proposição filosófica de Lao-Tse (século IV AC) que defende a simplicidade, humildade, a contemplação, a serenidade, a compaixão...

Na arte da guerra de Sun Tzu, sobre o Taoismo:

"O Tao é o caminho da clemência e da justiça. As "leis" são os regulamentos e as instituições. Aqueles que se distinguem na guerra são justos e clementes, e respeitadores das leis e das instituições. Tornam o seu governo invencível."

O confucionismo é um sistema filosófico ensinado por Confúcio que propõe a elevação do conhecimento e espiritualidade do homem.

Confúcio sempre tentou persuadir os soberanos para não promoverem lutas pelo poder, mas nunca ouvido. Suas ponderações sobre o pacifismo e éticas não eram levadas a sério, "perda de tempo". 

Na sua apresentação, pela própria editora, é revelado que a estratégia de conhecer o inimigo, suas virtudes e fraqueza, conhecer o terreno das batalhas é essencial para vencer a guerra.

O livro escrito há cerca de 500 AC inspirou, hoje, procedimentos da administração moderna tomando-se as estratégias do Autor nas guerras para aplicar nos negócios e vencer.

Mas, não há que se iludir. Seu teor é realmente a vitória na guerra e, para tanto, lá estão a violência e a crueldade. 

O comandante deve demonstrar os atributos de sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e exigência e com tais princípios deve dar instruções claras dos objetivos a atingir nos combates de tal modo que a disciplina rigorosa entre os combatentes seja observada. O combatente indisciplinado, por melhor que seja, poderá por seus atos ser decapitado. 

"A guerra é uma questão vital para o Estado. Por ser o campo onde se decidem a vida ou a morte, o caminho para a sobrevivência ou para a ruína..."

Tal os cuidados que o general conhecendo o campo de batalha, as condições das tropas inimigas, pode até mesmo não seguir as ordens do soberano.

"Ocasiões há em que as ordens do soberano não necessitam ser obedecidas".

Dai porque é necessário estudá-la com o máximo de cuidado de tal ordem a evitar uma guerra cujos efeitos signifiquem a derrota ou combates que fogem dos objetivos que haviam sido traçados antes que ela começasse.

E, ademais

"A vitória e o principal objetivo na guerra. Se tardar a ser alcançada, as armas embotam-se e o moral baixa. As tropas a ter que atacar cidades mostrar-se-ão exaustas".

"A velocidade é a essência da guerra. Aproveita-te da falta de preparo do inimigo. Viaja por estradas onde não sejas esperado e ataca-o onde não está precavido".

Há conflitos nos dias atuais que parecem seguir a absoluta falta de critérios e, como tal, fazem vítimas que estão no território da guerra mas que pouco tem a ver com ela. São conflitos sem preparo e sem profunda reflexão.

"Não premieis a matança".

FRASES:

● Um homem impulsivo é fácil de enraivecer e ser levado ao seu fim. Quem facilmente se enfurece é irascível, obstinado e apressado. Não pondera as dificuldades.

● Quem está sempre preocupado com a defesa de sua reputação, não olha mais nada.

● Proíbam-se conversas acerca de agouros e feitos sobrenaturais. Limpem-se os planos de dúvidas e incertezas.

● Aparente inferioridade e provoque a arrogância do adversario.


"A ARTE DA GUERRA" E A CHINA

Há chineses pensadores que admitem que Mao Tsé-Tung foi o ditador do caos. Faleceu em 1976 e, a partir dai, a China começou a mudar de rumo em relação ao planeta.

Em 1979 Deng Xiaoping visita os Estados Unidos e não é possível avaliar o que pensara ao ver de perto a modernidade americana naqueles tempos, aquelas cidades suntuosas, o progresso técnico, a modernidade, a liberdade.

Na década de 80 a manchete: "A China abre-se para o mundo".

Os produtos chineses eram quinquilharias, de má qualidade, e quando se tratava da identificação "made in China" logo vinha à mente produto de má qualidade.

Propositado ou não, a China, nos termos do livro de Sun Tzu, a partir dai passou a identificar o terreno dos "adversários" e a o conhecer:

"Direi pois: "Conhece-te a ti e ao seu inimigo e, em cem batalhas que sejam, nunca correrás perigo".

E devagar, nesse mundo competitivo e desafiador, a China foi se superando e se impondo no mundo dominando tecnologia sofisticada e quebrando barreiras comerciais:

"Se a minha força for cinco vezes o do inimigo, assusta-o à frente, surpreendo-o na retaguarda, faço grande tumulto a leste e golpeio pelo oeste."

Com Xi Jimping, a China se identifica como um ditadura capitalista a ponto de conter entre seus cidadãos, milionários que usufruem dessa modalidade de governo.

E nesse progresso vertiginoso, há que tratar os aliados:

"Ofereço aos meus aliados em perspectiva coisas valiosas e sedas, e comprometo-os com acordos, que sigo rigorosamente, após o que, certamente, me auxiliarão".

Até aonde chegará a China? Será daqui a um tempo a maior economia do mundo superando os Estados Unidos?

O tempo dirá.


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