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sábado, 24 de março de 2018

A DIVINA COMÉDIA (Purgatório) de Dante Alighieri

Livro 41

NOTA IMPORTANTE NO FINAL DO TEXTO

Continuando na leitura de “A Divina Comédia”, agora na sua segunda parte, “O Purgatório”.





















O “Inferno” e "Paraiso" serão encontrados nas indicações abaixo (*).

Há uma mudança no modo de identificar os pecadores que tiveram “a sorte” de se arrependerem dos pecados antes da morte, pelo que foram aceitos no Purgatório.

Também uma montanha em cuja base se aglomeravam os “eleitos” tentando galgar em caminhos ríspidos, os primeiros “terraços” até atingirem as vizinhanças do céu.

Mas, os castigos aos pecadores no Purgatório não eram menos estranhos, algo realmente digno de comédia.

Pareceu-me até que o estilo da redação mudou um pouco em relação ao “Inferno”, mas a leitura é continua densa, inserindo Dante, para interagir com ele e Virgílio, figuras mitológicas.

“Ah! Quão diversos são estes círculos daquele outros infernais! Aqui, cantares divinos; lá gritos irados!”

E há a presença de anjos que ajudam os poetas nos caminhos inóspitos.

No Purgatório já há referência a questões mais “reais”:

O peso da oração:

“Mas nenhum anátema [excomunhão] é tão poderoso que deserde a alma do amor divino enquanto a esta alma restar a confiança no Sumo Amor. Essa alma deve permanecer fora do Purgatório trinta vezes o tempo em que na Terra viveu apartado da Santa Igreja, se preces do mundo não lograrem encurtar tal período”.

Mas também “cenas” como esta:

“Um delas (alma), adiantando-se, esboçou o propósito de abraçar-me, e com tal ímpeto que de entusiasmo igual fui tomado. Vã tentativa, pois a sombra era verdadeira só em aparência! Três vezes querendo estreitá-la, três vezes ao peito eu trouxe apenas as minhas mãos”.

Pecados e penitências:

⦁ Os soberbos curvados carregando grandes pedras segundo o peso de seus pecados: ”Dessa soberba aqui se paga a pena. Estaria em pior lugar, não houvesse mostrado a Deus que de meus pecados, no extremo momento me arrependera. É gloria vã dos ímpetos humanos!” declarou um penitente.

 ⦁ Os invejosos nada viam porque suas pálpebras estavam costuradas nos olhos por fios de metal...

 ⦁ Os iracundos [irados] eram envolvidos por fumaça que provocava escuridão “tal que nem no inferno eu vira”. E esses espíritos cantavam. Virgílio, o guia de Dante confirma e explica: “E por esse modo desatam os nós da ira que os ataram ao passado.”

⦁ Os avarentos deitados com o rosto voltado para a terra: “Havendo a avareza extinguido em nós a intenção do bem, a justiça divina que nos punir com fazer-nos olhar as coisas terreais”.

⦁ Os gulosos e que se entregaram à bebida, agora esqueléticos sentem o aroma dos frutos e o frescor da água, sem poder comer ou beber: “Felizes os que a graça divina livrou dos estímulos da gula e que só com o necessário se contentam.”

[São penitentes também os que negligenciaram as obras da fé e caridade.]

Os luxuriosos e os lascivos: “O primeiro grupo era dos luxuriosos de acordo com a natureza; o segundo, de lascivos contra a natureza”

Esses todos caminhavam sob fogo, cumprindo sua penitência porque também se arrependeram a tempo de seus graves pecados.

Um dos interrogados cumprindo a penitência:

“Ditoso és, pois de nossa experiência, podes colher a lição de viver melhor para bem morrer! Os que marcham em sentido contrário ao nosso purgam o pecado de haver César de Rainha”.

Essa a explicação do texto acima em nota de rodapé: “Júlio Cesar, segundo Suetônio, mantivera relações carnais com o rei oriental Nicomedes. A fim de aborrecê-lo, seus soldados após a vitória contra os galos, saudaram-no aos gritos de “Viva a Rainha”.

Há outras aberrações de cunho lascivo relatadas no Purgatório.

Já naqueles tempos, o escárnio...

Beatriz e despedida de Virgílio




















A partir dai, aproximando-se dos ares celestes, Virgílio deixa seu discípulo sem mais seu apoio embora outro poeta se aproximara. Estácio.

Virgílio retorna ao Limbo, local dos não batizados e pagãos virtuosos.

E ao ascender às alturas da montanha do Purgatório, Dante encontra Beatriz sua musa angelical lembrança dos tempos de infância que lhe diz:

“Dirigiu assim os passos por caminho errado, seguindo o que do bem era apenas falsa imagem – enganadora promessa de constância. Em vão, por meio de sonhos, procurei guiá-lo, e em vigílias fiz com que divisasse o verdadeiro bem. Com nada disse se importou. Tão fundo mergulhou no pecado que, para reerguê-lo, não havia senão um remédio: mostrar-lhe as penas que no Inferno aguardam as almas danadas.”


(*) Resenhas:



NOTA DE REDIRECIONAMENTO: 
Esta resenha e comentários foram atualizados e republicados conforme o livro de Dante Alighieri num único texto, a saber: Inferno, Purgatório, Paraiso.

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