Quem não leu este livro ou já ouviu falar dele? Do mito de
Shagri-Lá, um paraíso perdido numa montanha pelos lados do Tibete? (*) Um local
de pureza ambiental, de monges que cultivam a cultura e a espiritualidade? Que
não envelhecem?
O livro foi lançado em 1933. Os diálogos entre os personagens
são até ingênuos, simples, pelo que facilita muito a leitura.
Não sei quantas vezes li o livro, assisti ao filme de 1973,
estrelado por atores de primeira linha, musical, com composições de Burt
Bacharach mal recebido pela crítica, porém.
Quanto ao nome Shangri-Lá, tentei achar a origem da palavra. Não
encontrei nada significativo e, de regra, todas as conceituações se referindo à
obra de Hilton: um recanto místico, de
paz e tranquilidade, perdido nas montanhas do Tibete.
Mas, Lá em tibetano significa "desfiladeiro".
Mas, Lá em tibetano significa "desfiladeiro".
Disse um dos personagens, já se acostumando com a vida em
Shangri-la:
- Meu Deus, quando se pensa em toda essa gente que daria tudo o
que tem para sair da balbúrdia e vir descansar num lugar como este e não pode
sair! Seria o caso de perguntar quem está preso: nós (em Shangri-Lá) ou
eles.
Os
personagens são: Hugh Conway, cônsul britânico, Roberta Brinklow, missionária,
Henry Bernard, cidadão americano procurado pela polícia porque dera um golpe financeiro no seu país e Charles Mallinson, vice-cônsul.
Estão
em Balkul, no Irã, quando explode uma guerra. Esses quatro personagens fogem
num avião já com tecnologia para voar a grandes alturas. O destino seria
Peshawar no Paquistão.
Mas,
o avião fora sequestrado sem que percebessem no tumulto e a rota foi desviada
para um longínquo ponto no Tibete.
Ao
pousar o avião, são recebidos por uma comitiva comandada pelo monge Tchang.
São
conduzidos ao monastério e lá são instalados. Sentem-se bem, logo se acostumam
com o ar rarefeito e se surpreendem com o conforto “europeu”, além de
biblioteca e música, oferecida um exímio pianista que interpretava músicas
inéditas de Chopin.
Para
eles o mistério do sequestro permanecia.
Tchang,
que lhes dava apenas as informações permitidas dissera que as regras de
Shangri-la eram a moderação e essa modo de vida significava a felicidades mesmo
para os habitantes que viviam montanha abaixo do monastério. E disse:
-
E creio poder afirmar que nossa gente é moderadamente sóbria, moderadamente
casta e moderadamente honesta.
[“Moderadamente honesto” não guarda certo
equilíbrio com “moderadamente desonesto”?]
Sem
perspectiva de deixarem Shangri-Lá a curto prazo, porque seria necessário
contar com os carregadores que para lá se dirigiam ocasionalmente, levando
encomendas, excluindo o jovem Mallinson, todos os outros resolveram ficar no
pequeno paraíso.
Não
demora muito e Conway é chamado para uma entrevista com o Lama Superior. E
então ele descobre que esse monge tinha cerca de 250 anos e já esperava a
morte. É que em Shangri-Lá a velhice era retardada por décadas, séculos...
O pianista se
dizia discípulo de Chopin.
Também,
exímia pianista, a bela chinesa Lo-Tsen que apaixonara os três sequestrados,
incluindo Conway.
Mas,
quem de lá saísse, com a perda do poder místico que havia no paraíso, a idade
se mostraria real até a morte se fosse muito avançada.
O
Lama escolhera Conway como seu substituto em Shangri-Lá , após essa revelação,
morre.
Confuso,
Conway deixa as instalações do Lama recém falecido e é convencido num longo
apelo de Mallison a deixar Shangri-Lá com ele revelando que carregadores
estavam próximos, subornados para que os levassem de volta por orientação de
bela Lo-Tsen. Ela também fugiria.
Conway
então revela o segredo da longevidade que gozavam os habitantes de Shangri-la e
os efeitos que se dariam com a saída de Lo-Tsen.
Mallison
não acreditou admirado que Conway tivesse acreditado que Lo-Tsen, deixando o
paraíso, assumiria sua idade real com todas as consequências.
A
saída de Shangri-Lá era demasiada difícil.
As
últimas referências a Conway se deram num hospital, internado febril e com
perda de memória.
O
médico que o atendeu tinha leve lembrança, até mesmo de uma mulher, chinesa,
que o levara até lá.
Indagado
o médico sobre essa mulher chinesa, se se lembrava de alguma coisa a respeito
dela, se era jovem, respondeu:
-
Oh! Não, ela era muito velha, a mulher mais velha que vi até hoje.
De
Conway não mais se ouvir falar. Teria retornado a Shangri-Lá?
...........
(*)
O Autor se refere a alguns aspectos místicos do Tibete. O livro “Horizonte
Perdido” foi escrito no início da década de 30 do século passado. O livro “Mistérios e Magias do Tibete” de
Chiang Sing tem bastante informações sobre o Tibete antes da invasão da China, em 1950.
Acessar:
https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2017/07/misterios-e-magias-do-tibete-de-chiang.html
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