LIVRO 105
É bom vez por outra, sair um pouco dos livros que exigem indagação e até com enredo amargo e me dedicar por alguns dias em ler "O Dossiê Pelicano", um romance onde o suspense, as perseguições e os assassinatos, a despeito dessas implicações, significaram uma leitura amena e agradável.
Eu não quero com esta impressão tirar o mérito da obra, mas não somente este, me parece que há uma pitada de "O dia do Chacal" de Frederick Forsyth.
O enredo do livro foi filmado em 1993 com Julia Roberts e Denzel Washington dirigido por Alan Pakula.
ENREDO
Dá-se assassinato duplo de dois juízes da Suprema Corte americana:
O nonagenário Abraham Rosenberg morto por um tiro a "queima-roupa", em sua casa mal vigiada por implicâncias dele aos cuidados sugeridos pelo FBI e
de Glenn Jensen, magistrado homossexual, morto asfixiado num cinema pornô-gay.
E o que os dois tinham em comum? Nada, apenas que Jensen acompanhava todos os votos do nonagenário Rosenberg nos julgamentos.
O assassino não deixara marcas de qualquer natureza, era um profissional, na verdade um certo Khamel que para esses assassinatos cobrara dez milhões de dólares.
Surgem as mais variadas teorias sobre os crimes.
A estudante de direito Darby Shaw se interessa pelo trágico acontecimento e faz uma pesquisa simples na biblioteca da faculdade, busca casos pendentes na Suprema Corte e chega a uma conclusão das causas do assassinato e quem poderia ser o mandante.
Seria confirmado, depois, que o empreendedor Victor Mattiece tinha interesses em regularizar extração de petróleo numa região de pântanos na Louisiana na qual muitos animais se abrigavam incluindo o pelicano-marrom.
"O pelicano tornou-se o herói da batalha. Depois de trinta anos de insidiosa contaminação por DDT e outros pesticidas, o pelicano-marrom da Louisiana estava ameaçado de extinção."
E fora o pelicano herói de qual batalha?
E que numa demanda judicial o "Fundo Verde" vinha obtendo êxitos conseguindo adiar a exploração de petróleo naquela região.
Então, o vilão Mattiece foi informado por alguns dos seus advogados entre as dezenas com os quais contava, que sem os juízes Rosenberg e Jensen suas chances de reverter as decisões judiciais desfavoráveis em tribunais regionais se acentuariam na Suprema Corte.
Ampliação dos assassinatos
Thomaz Callahan professor de direito amante de sua aluna Darby Shaw de quem era apaixonado, com o dossiê que ela lhe entregara, resolve, por sua vez passar às mãos do advogado do FBI Gavin Verheek que teria feito a divulgação para outros membros.
Esse o dossiê, o DOSSIÊ PELICANO.
Em almoço em New Orleans, Callahan excedendo-se na bebida, completamente embriagado, sob protesto de Darby que queria dirigir pelo estado de seu amante, ele não aceita, entra só no carro e esse explode violentamente. Darby se fere mas o professor morre.
No tumulto que se instala, aparece para acudi-la, o suposto policial sargento Rupert que a coloca num veículo e desaparece. Ninguém da polícia de New Orleans o conhece.
É assassinado, mais tarde, também, Gavin Yerheek aquele que recebera a cópia do dossiê de Callahan.
Darby passa a ser perseguida pelo assassino Khamel e se passando este por Gavin já assassinado chega até ela e na iminência de a assassinar, é morto de surpresa com um tiro na cabeça.
O tiro fora dado por Rupert que na verdade era um agente da Cia. que já a protegia porque o dossiê se tornara conhecido. E o atentado que vitimara Callahan.
O assunto, pela gravidade foi levado ao presidente dos Estados Unidos, tratado pelo Autor com um político medíocre - que fazia lances de golfe no salão oval -, mas praticamente subimisso ao seu assistente Fletcher Coal que a tudo aprovava ou desaprovava.
Entram nas investigações o FBI e a Cia, representados pelo poderoso Danton Voyles e Robert Gminsky, respectivamente.
As investigações no tocante ao dossiê são adiadas porque Mattiece era doador da campanha do presidente e a sua relação com o mandante poderia prejudicar sua campanha à reeleição. Havia uma foto antiga na qual ambos trocavam aperto de mão.
Então Darby, ameaçada de morte mesmo com a morte de Khamel, se disfarçando e mudando de endereço e roupas constantemente, resolve manter contato com o repórter do Washington Post, Gary Granthan para a ajudar nas investigações e, tudo esclarecido, divulgar no jornal, como uma reportagem extraordinária superior mesmo àquela da renúncia de Nixon.
A partir daí, com a ajuda do FBI que se integra ao jornal, garantindo a Darby sua segurança, esclarecido a reportagem no jornal explode e se expande por todo o país. Darby foge para o Caribe, e por lá fica até que as coisas se acalmem.
Final feliz. Paro por aqui. O livro precisa ser lido para que o final seja conhecido.
O livro é um excelente passatempo ou, não o diminuindo como tal, um livro bem desenvolvido que gostei.